<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d12726594\x26blogName\x3dEstado+de+Coisas\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dTAN\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://pessoinhaemfuga.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_BR\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://pessoinhaemfuga.blogspot.com/\x26vt\x3d3771779713332399645', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

Previous Posts

Archives

Links

FarmaciaLibros BaratosPagina webForo GratisAnuncios Gratis

visitante(s)
Powered for Blogger
by Blogger templates


CURRENT MOON
moon phases

eXTReMe Tracker

Estado de Coisas

sexta-feira, julho 29, 2005
"Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros, busca esperançosa também".
Paulo Freire

E eu acho que às vezes é preciso aprender para em seguida esquecer, descontruir para reconstruir, cometer erros para fazer opções e acreditar para descobrir onde a mentira. Na pedagogia e na vida.
Da Série "Dilemas Insolúveis"
Fato: um amigo de Recife estava aguardando resposta para uma proposta de emprego aqui em Brasília. Como é de costume com os amigos queridos, ofereci a hospedagem aqui em casa.
Contexto: eu estava sem namorado, livre, leve, solta e solitária. Como companhia, apenas Ataufo, o meu computador, e mais as minhas plantinhas. Dessa forma, receber pessoas é ótimo e oportuno.

Fato: meu amigo foi aprovado para a seleção e começa a trabalhar no próximo dia 08. Me enviou e-mail contando a novidade e para que possamos acertar nossos ponteiros.
Contexto: eu estou namorando, livre, leve, solta e carrapata. Gosto de ter a companhia dele todas as noites, todo dia é uma festa. Programas como cantar ao violão, tomar vinho, sair para comer, ver filmes, ouvir música, ler jornal ou simplesmente ficar agarradinhos fazem as noites passarem rápidas e felizes.

Problema: com meu amigo aqui, nossa rotina carrapatenta deve mudar. Pra pior. :(
Conclusão: nunca ofereça hospedagem antes de saber se um namorado legal vai pintar na sua vida. Como saber? Ah, sei lá. Essas coisas devem estar registradas nas linhas de nossas mãos. Por isso é bom estar sempre em dia com as consultas a quiromantes. Grunfffff.
Tarefa
Geir Campos

Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.


Esse eu ouvi ao final do Treinamento que fiz essa semana. Quase chorei.
Ando sentimental demais.
quinta-feira, julho 28, 2005
Malvados, sempre
Nossa, que alívio! O link Escola da Vida, dos Malvados, voltou.
Não vivo mais sem aquelas tiras.

Simples
Se a felicidade é mesmo feita de coisas simples, estamos bem próximas - a minha vida nada simples está cheia de coisas simples, alegres, bonitas, evidentes, divertidas, comuns. Absolutamente comuns. Deus me livre de uma vida comum, mas que Ele mantenha as coisas simples sempre por perto. [Todos: AMÉM]

Nesse clima simplório e zecapagodisticamente falando, deixo a vida me levar. Para cada coisa comum, uma resposta comum. E o vendaval do ano passado vai ficando para trás. Não, já ficou. Ao contrário do poema de Drummond, para mim, o ano passado já passou.

Faltam apenas algumas semanas para eu estar novamente sob quatro rodas, isso é bom, isso é muito bom. Há uma chance real de voltar para Recife, isso é bom, isso é estupendo. O meu querido paixonite está comigo todos os dias e ontem cometemos músicas ao violão, isso é bom, isso é lindo. Voltei a estudar, para um outro concurso, isso é bom, isso é obrigação. E vi um filme lindo num curso que estou fazendo no meu trabalho, isso é bom, isso é... trabalho.

Falar de mim no blog o tempo inteiro como venho fazendo ultimamente, isso é egocentrismo puro, isso é bom.
quarta-feira, julho 27, 2005
Como diria a minha mãe...
Enquanto as pessoas citam filósofos e escritores e poetas e físicos e a Bíblia e demais pensadores para ilustrar a sua visão de mundo, eu disponho de toda a filosofia de vida de que necessito em uma única figura: a minha mãe, e suas frases óbvias e maravilhosas.

Utilizo em qualquer situação as Máximas da Mãe: reuniões de trabalho, conversas de botequim, discussões acaloradas, combate a inimigos. Descobri que minha genitora tem uma frase para cada situação e com elas posso argumentar, convencer, explicar, discordar. A enciclopédia mãe é vastíssima e versátil. Além do impacto que consigo causar no momento em que todos esperam um discurso altamente elaborado e eu simplesmente falo, com um certo ar de superioridade: "é como bem diz a minha mãe..." Como dizem os adolescentes, SHOW!

Exemplos das Máximas da Mãe:

- Lugar marcado, a gente só tem no cemitério. - essa eu usei durante uma discussão sobre mesas reservadas no Clube do Choro. Ah, eu fiquei com a melhor mesa.

- Remédio para doido é outro na porta. - para usar essa, é preciso assumir-se doido, o que não é tão difícil. Muito útil nas situações de conflito.

- O que a gente não aprende por conta própria, Mestre Mundo ensina. - impactante e contém um certo tom de ameaça. Na época em que éramos crianças, a figura enigmática de Mestre Mundo equivalia a um Bicho Papão ou algo assim.

- Formiga, se quer voar, cria asas. - de uso mais restrito, serve para baixar a bola de alguém.

- Tenho hora para sair, mas não para voltar. - perfeito para dizer antes de sair para baladas e congêneres.

- Quem boa romaria faz, em sua casa está em paz. - essa eu uso pouco, pois acho que era só para nos manter em casa. Mas finjo que sigo essa máxima quando não tenho para onde ir no fim-de-semana em Brasília.

Escrevi isso por que hoje lembrei de quando ela diz que "o tempo é o melhor remédio." E eu estava pensando sobre como coisas antes importantíssimas vão mudando de valor com o passar do tempo. Tornam-se menos intensas, embora nem sempre menos importantes. Desbotam, param de doer, perdem ou mudam de significado. As coisas passam, por mais óbvio que isso possa parecer. Partindo disso, até criei minha própria frase de efeito: "tudo passa, menos as máximas da Mama!" :)
segunda-feira, julho 25, 2005
A Profecia
Quando ainda éramos velhos desconhecidos e eu pedi a um amigo que o entregasse um certo bilhetinho, comentei de brincadeira: "faça isso rápido, aquele é o homem que irá me fazer feliz."

Sinto medo de profecias, mas ele me faz feliz até o último pêlo do pododáctilo.
quarta-feira, julho 20, 2005
Gay animados
Que ele é gay, todos sabem:









Esse aqui é até militante do Movimento Gay:











Esquisitão, meio doidinho e... gay!!!








Agora, só foi a minha mente poluída que viu algo estranho na amizade desses dois??









E o Rei dos lêmures, então? Sem comentários!








Fiquei, como diz um amigo [gay] meu, pas-sa-da-e-en-go-ma-da com Madagascar, o novo filme da DreamWorks. Os desenhos animados estão cada vez mais saindo do armário. Daqui a pouco não vai sobrar um príncipe sequer para embalar o sonho de nós, Belas Adormecidas.
terça-feira, julho 19, 2005






www.malvados.com.br

Perguntas para se fazer antes de namorar...
Especialmente se você se tornou uma pedra insensível, como eu [e não é redundância - as pedras do Lago Azul, em Bonito, têm mais sensibilidade do que eu]. Tenho me perguntado pra que a paixão, de que ela serve, qual é a sua utilidade e que ganho traz para nossas [minha] vidas solitárias. Ficar só pode ser uma ótima opção - é a possibilidade de se descobrir e conhecer, sem amarras nem muletas.

Mais ainda, qual é o tempo de vida-média de uma paixão? Segundo a Wikipédia [eu AMO essa Enciclopédia], "a vida-média é o tempo médio que um isótopo instável leva para decair ou desintegrar." Assim é, por que na natureza é assim. E eu já tento estimar esse tempo a partir de critérios como minha própria necessidade de estar só e desacompanhada. Por que estar só, acho que estou sempre.

Vontade de sentar numa mesa de bar e esperar a paixão desintegrar. Talvez leve cerca de 8.000 anos, o tempo de Carbono-14. Talvez aconteça num piscar de olhos. A paixão é assim mesmo, escorregadia e volátil. Cada um que tome conta do seu coração, por que o meu tornou-se mesmo um vadio incurável.

E quem precisa do Grande Amor e pra quê? Quem sabe não tem metade nenhuma minha perdida por aí e eu aqui, inteirinha e inteiraça, procurando o que nunca me faltou? E, afinal, tudo começa, acaba, começa novamente. Talvez falte a pessoa que diga 'aquela' coisa certa. Mas qual é mesmo a coisa certa para se dizer? Ou ainda, como na música do jovem Chico Buarque, "amanhã, ninguém sabe. Traga-me um violão antes que o amor acabe..."

Confusão de idéias. Nenhum eixo que leve esse monte de sentimentos díspares a um lugar seguro.

Socorro.

Socorro, não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir.

Socorro, alguma alma, mesmo que penada,
Me empreste suas penas.
Já não sinto amor nem dor,
Já não sinto nada.

Socorro, alguém me dê um coração,
Que esse já não bate nem apanha.
Por favor, uma emocão pequena,
Qualquer coisa.

Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.

Socorro, alguma rua que me dê sentido,
em qualquer cruzamento,
acostamento,
encruzilhada,
Socorro, eu já não sinto nada.
Socorro, não estou sentindo nada.

Arnaldo Antunes / Alice Ruiz - 1998
segunda-feira, julho 18, 2005
Gato escaldado em Caldas
Para anotar na agenda de coisas que não devo esquecer:

Caldas Novas = programa para populações indígenas, com todo o respeito que nossos colegas [colegas?] índios merecem.

Fui com meu filho curtir um fim-de-semana na cidade de propaladas águas termais. Disseram-me que era um ótimo programa pra criança e blá-blá-blá.

Encontrei: um bando de goianos dentro de piscinas; um bando de goianos ouvindo coisas como
Que pescar que nada
Vou beijar na boca
Ver a mulherada na madrugada
Ficando louca
Que pescar que nada
Vou matar a fome
Lá ninguem se mete
Vai ter sete pra cada homem;
um bando de goianos comprando pijamas numa cidade suja; um bando de goianos passando de carro na cidade suja com o alto-falante no volume máximo; um bando de goianos jogando bingo num clube onde todos falam alto e comportam-se como retardados; um bando de goianos comendo pamonha; e mais um bando de goianos, só que eu não prestei atenção no que faziam.

Ah, sim, a piscina é quente. Mas eu recomendo procurar uma piscina térmica em qualquer outra cidade.
quinta-feira, julho 14, 2005
Lindo




















O novo CD. Ansiedade para comprar o meu rapidamente. No mais, suspiros, apenas.
Vambora
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem
Vambora
Que o que você demora
É o tempo que leva

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda têm você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite Veloz
Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda têm você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas

Adriana Calcanhotto (1998)
Ufas!
Suspiro longo.

Olho para o meu coelhinho cor-de-rosa, ele nada diz e até parece me sorrir com um ar cínico.

Passar a tarde e início da noite com a filhinha do meu namorado foi mais uma prova de fogo. Mas, afinal, 'ninguém tem mais autoridade moral e ética para cuidar de filhas de namoradinhos do que eu.' Tá, eu fiquei levemente descontrolada quando ela disse que não queria o hambúrguer que eu fiz [grrrrr]. E é verdade que eu tentei abstrair quando ela começou a chorar alto por que queria que ele a levasse ao McDonald's. Não imagino como seria um rearranjo familiar e nem é tempo para pensar nisso. Estamos apenas curtindo as férias de nossos respectivos pequenos [com o detalhe de que o meu não chora alto para ir ao McDonald's].

Exausta, deito no sofá-cama enquanto assisto a mais um capítulo dos escândalos no Jornal Nacional. Meu coelhinho cor-de-rosa deve ter alguns bons conselhos para esse momento, apesar do ar cínico.

PS: acho que estou cada vez mais loucamente apaixonada por namoradinho...
quarta-feira, julho 13, 2005
Misturando alhos com bugalhos
É julho em Brasília, frio de ranger os dentes, ventos gelados de doer os ossos, temperaturas que chegam a 10 graus. [Oceano Atlântico, onde está você??? ]

Resultado: eu gripadíssima. Dores no corpo, febre baixa, mal estar, um pouco de tontura. Desde que comecei a morar só, consigo me virar bem com minhas gripes e similares. Basta me arrastar até o telefone, pedir uns dois ou três medicamentos, fazer um chá de limão com alho e me embrulhar em frente à TV. Tá, é um espetáculo um tanto melancólico, mas muito pragmático. Dois ou três dias depois, volto à ativa, como se nada tivesse acontecido, a não ser que alguém perceba meu olhar de peixe morto, sequela da gripe que demora um pouco mais a sumir, no meu caso.

Por falar em alho, com um certo atraso, descobri que a internet é uma mão na roda para quem não sabe cozinhar, como eu. Mais especificamente, o Google. Basta colocar o nome da comida ao lado de receitas e... tchans! Seja um chef. É fato que estou abusando do recurso, colocando coisas idiotas como 'quiabo receitas', só por que eu queria fazer quiabo refogado e não sabia. Ou então corro até o micro e digito 'macarrão alho óleo receitas' para descobrir o óbvio: o nome da receita diz tudo. Um dos sites que eu gosto mais é o Temperando a Vida, pelo visual clean e pelas dicas, especialmente a de como tirar o cheiro de alhos das mãos, que eu sempre esqueço. Vou lá, leio, constato, 'ah sim, é assim!', para esquecer novamente no dia seguinte.

Ainda por falar em alho, namoradinho vem cuidar de mim daqui a pouco, mesmo depois de eu já ter executado todos os procedimentos antigripais solitários. Mas ainda dá pra choramingar um pouco só pra ter colinho. Ah, se dá...
Tabefes entre iguais
Mulher que bate em mulher. Tá na reportagem. A violência entre lésbicas já começa a preocupar a polícia. As explicações vão desde o preconceito internalizado, até reflexo de violência doméstica sofrida no passado, ou mesmo falta de visibilidade das lésbicas.

Pra mim, as relações são praticamente semelhantes entre homens e mulheres, qualquer que seja a combinação de gêneros. E, vamos combinar, uns bons tabefes às vezes ajudam a resolver muita coisa. Mas sem violência, por gentileza.

Algo me preocupa muito mais do que as entendidas se esbofeteando. Eu quero voltar antes que a minha cidade vire mar de uma vez!!! Segundo a matéria, Olinda afunda milímetros a cada ano, enquanto eu, a 1.100m de altitude, fico a ver navios.
terça-feira, julho 12, 2005
Super Homem e a paixão
Nesse novo [velho] tempo cheio de perigos, até a posse do novo Ministro da Saúde pode tornar-se um espetáculo tragicômico. Sou eu que estou impressionável demais, devido aos últimos intensos acontecimentos políticos, ou o cara é mesmo declaradamente picareta??? Sim, por que não dá pra levar a sério alguém que fala, com orgulho, que redigiu a "Lei 9090" [talvez tentando se reportar à Lei 8080/90, que é uma legislação básica para o Sistema Único de Saúde] e que tem como prioridade "abrir as portas do Ministério a parlamentares", mesmo por que [ainda segundo o Excelentíssimo] a indicação dele é "política", e é isso que quer fazer no novo cargo. Essas e outras pérolas de quilate semelhante [se é que pérola tem quilate] foram ditas em tom cínico pelo novo Ministro, mas nada disso é publicado nos jornais. Preocupante. O momento é, para mim, de desencanto, desmotivação, descrédito e todos os 'des' possíveis. Com os governantes, com o Ministério da Saúde, com o serviço público, com o meu chefe goxxxtoso. Nem o Super-Homem nos livrará dessa.




O momento em que o Super-Homem tentava [inutilmente] colocar os trilhos da história no lugar


.......................................................................

Pausa para o amor. Um mês, uma pequena linda história, o fim da dor-de-cotovelo, o início de um amor tranquilo. Trocar a solidão pelo aconchego tem sido um ótimo negócio [digamos que eu tenho uma boa visão de mercado, hou hou hou...] Quanto ao medo, a análise racional da situação, a incerteza, a definição, e tudo o mais que eu não consigo explicar, desisto. Fico com a visão poética de Roberto Freire [que, aliás, afirma que não há outra forma de expressar o amor que não seja pelas artes]:

Amor
menos amor
muito menos amor mais dor
quase dor
dor
menos dor
muito menos dor mais verde
quase verde
verde
muito menos verde mais azul
quase azul
azul
muito menos azul mais verde
quase verde
verde
menos verde
muito menos verde mais dor
quase dor
dor
menos dor
muito menos dor mais amor
quase amor
amor


O verde, o azul, a dor e o amor agitam-se e repousam na minha palpitante euforia de querer viver. Nossas histórias antigas ficando para trás, o Sol e a Lua velando por nós, nossas piadas internas - cada vez mais incompreensíveis para os outros - e as mãos unidas por companheirismo, desejo e paixão. Tudo pode ser tão mais simples...
segunda-feira, julho 11, 2005
Pane Azul
Melhor não escrever por esses dias, deu pane. Só penso em coisas como Nem-o-perfume-de-todas-as-rosas-é-igual-à-doce-presença-do-teu-amor ou Que-a-nossa-música-eu-fiz-agora-lá-fora-a-lua-irradia-a-glória, ou, ainda, Chega-e-instala-a-beleza-momento-de-sonho-real. São dias assim, de paixão, de curtir um ninho, olhinhos brilhando e mãos entrelaçadas.

Bom, mas nada é irremediável e ainda me resta um pouco de racionalidade. Assim, podemos considerar como principais acontecimentos do final de semana:

- A viagem foi ótima, apesar de eu ter perdido as minhas lentes de contato, que ainda não tinha sequer dois meses de uso. Passei o fim-de-semana com os meus óculos estilo 'fundo de garrafa' no rosto e foi assim que a família dele me conheceu. Nem tudo é perfeito.

- Ah, a família dele... As relações são bem diferentes das que eu tenho com minha família. São mais discretos, menos efusivos, mais quietões. Mas sobrevivi.

- Sobrevivi e algo me diz que há algo novo no ar. Eu sei, é vago. Mas algo também me diz que chega de morrer por amor. Eu sei, é óbvio. Mas algo já me dizia, no início do texto, que é melhor não escrever sobre esses dias azuis. Eu sei, fico insuportavelmente açucarada.

Beto Guedes e Chico Amaral já sabiam do que eu falo, em 'Dias Assim':

E eu então
Que sou tão só
Quero esse sol
Ao meu redor
Dias assim
Sem direção
No céu sem fim
No coração
E eu então
Que sou tão só
Quero esse sol
Ao meu redor
Dias assim
Dias de paz
No céu sem fim
No coração
sexta-feira, julho 08, 2005
'Política é o fim'
Não há como fugir desse tipo de constatação:

A direita é mais competente
Foi-se o sonho, o que fica melancolicamente claro no relato de Laura Capriglione, na Folha de domingo, sobre o 12º encontro da esquerda latino-americana em São Paulo. Da tribuna, o anfitrião anunciava 106 delegados e 276 convidados de 42 países. Na platéia, 96 gatos pingados. Até aí o sonho era um, a realidade, outra. A desolação é ainda maior. A esquerda era pura, honesta, do bem. A direita era impura, desonesta, do mal. Agora, todos são do mal, com uma diferença: a direita é mais competente. (Eliane Cantanhêde)

A nota é do Comunique-se, um dos melhores sites de comunicação que conheço. Sim, por que eu, como toda boa pessoa frustrada por não ser jornalista, adoro esse tipo de site.
quinta-feira, julho 07, 2005
Frase da Semana
E é o que eu sempre digo a mim mesma:

"Desencana, baby! O amor pode não ser, na sua vida, esse monstro que pintam.
Ele é - e disso eu tenho certeza - apenas um monstro que pinta na sua vida."
Ilusões, defeitos e bobagens
Vivo alternando pensamentos sérios com futilidades/idiotices, por que estou muito dispersa, por que não quero pensar em nada sério por mais de alguns minutos e por que isso diminui a minha ansiedade.

O papo sério é que as denúncias sobre o loteamento do Governo e das empresas estatais parecem pôr fim a qualquer ilusão de que a política pode ser um instrumento de mudanças no país. Mas o que eu me pergunto realmente é sobre como a Fernanda Karina, tendo cabelos tão curtos, consegue prendê-los de forma que eles parecem enormes. Ou será uma mera ilusão de ótica?



.........

Eu estava preocupada com namoradinho. Ele parecia não apresentar defeitos ou vícios pré-existentes: é gentil, carinhoso, prestativo, bom de cama [e não no sentido de dormir muito], bem humorado, compreensivo e faz tudo para me ver feliz. Não é possível, tinha que haver algum problema. Pois então - ontem eu finalmente descobri!




Ele amassa o guardanapo depois que come! Grave, muito grave. Eu acho um horror. Aconteceu ontem, com o agravante que estávamos no Clube do Choro, assistindo Sebastião Tapajós e diante daquele silêncio fúnebre que se faz para assistir aos shows no lugar. Nessas circunstâncias, um amassar de guardanapo equivale ao barulho de dez britadeiras de madrugada e em frente a um hospital. Aliás, não que eu não concorde, mas aquele silêncio respeitoso que se faz no Clube do Choro, quando a música começa, chega a ser constrangedor. Parece que se eu coçar a cabeça, todos vão ouvir o chek chek chek de cabeça sendo coçada.

Bom, quanto ao defeito do namoradinho, talvez não seja tão grave quanto seria o fato dele não possuir defeitos. Vou pensar.

PS: Preparem-se para o abuso de imagens, agora que o Blogspot disponibilizou o recurso diretamente na página de edição.

segunda-feira, julho 04, 2005
TB ou apenas motivos
Meu ótimo-bom-humor-que-antecede-a-depressão-que-precede-um-novo-ótimo-bom-humor [chamo a isso de TB - Transtorno Brasília] tem motivos plausíveis, tais como: A energia adquirida na viagem a Bonito, que ainda está dentro do prazo de validade e deve ficar assim por mais algumas semanas. Chutei o balde no trabalho e tô me lixando para o fato de que a área em que trabalho é uma bagunça, que meu chefe [goxxxtoso, nhammmm] não tem pulso e nem se importa com a equipe: danem-se todos. Namoradinho me dá atenção, me faz rir, me cativa aos poucos. Ah, e finalmente eu vou conhecer São Paulo, com ele. Comprei duas plantinhas muito simpáticas e elas parecem felizes em seus respectivos jarrinhos na minha sala. Meu filho vem passar uma semana comigo em julho e eu, liberada pelo Chefe Goxtoso Sem Pulso, terei todo o tempo para ficar com ele. O vizinho parou de ouvir Jota Quest num volume ensandecedor [Jota Quest é ensandecedor em qualquer volume] e agora só ouve Maria Rita, que mudança! Chegaram os meus dois novos livros de Caio Fernando Abreu, lindos, são para ler com uma certa devoção. Vivo sonhando com Recife, com a praia, com o Grande Amor, em comer ostras à beira-mar. E - estranho - algo me diz que o dia de voltar para casa não tardará. E, ainda, um ótimo outro motivo para estar bem - a vida e o inesperado que a acompanha, Johnny Alf bem sabia...

Fica, oh brisa, fica pois talvez quem sabe
O inesperado faça uma surpresa
[Eu e a Brisa]

PS: Todos os motivos acima podem ser reeditados na fase depressiva, são os mesmíssimos que me jogam no chão. Ciclos. :S
Sobre mães e pânico

Eu tenho um problema: namoradinho irá me levar para conhecer a mãe e família dele, em São Paulo, no próximo final de semana. Alguém aí sabe onde fica o botão para apertar em caso de pânico, nesse tipo de situação?

É nisso que dá queimar etapas da vida. Eu deveria saber, desde a adolescência, o que fazer quando fosse apresentada à mãe de um namorado. Confesso, tive poucas experiências do tipo e absolutamente não sei como me portar na frente de mães, pais e adjacências de namorados. A propósito, a última vez que eu fiz isso foi há cerca de 10 anos, quando conheci os pais do meu então namorado, atual ex-marido. Ou seja, não lembro do código de conduta. E, mesmo que lembrasse, certamente ele deve ter sofrido modificações e atualizações ao longo de uma década. Quer dizer, estou perdida!

Tenho feito um exercício mental do que não fazer, o que, por eliminação, deveria me levar à conclusão sobre o que fazer. Coisas do tipo:

- Se eu levar um presentinho, posso parecer bajuladora. Se não levar, fica a impressão de grosseria.

- Se eu falar demais, ela vai achar que sou descontrolada. Se eu falar pouco, terei um ar de antipática.

- Se eu me aproximar muito da filhinha dele, isso é forçar a barra. Se não me aproximar, não passarei de uma potencial madrasta má.

- Se eu comer muito nas refeições, parecerei um monstro sem educação. Se eu comer pouco, parecerei fresca.

- Se eu cumprimentá-la com dois beijinhos, pode ser que na região o habitual seja apenas um beijinho. Por outro lado, se eu cumprimentá-la com um único beijinho, corro o risco de deixá-la com a boca no ar, se o habitual for o cumprimento com três beijinhos, como se usa em alguns locais.

- Se eu beber alguma coisa pra relaxar, posso ficar embriagada. Se não, vai parecer que eu estou fingindo ser recatada.

Conclusão: é hora de procurar o botão que eu devo apertar, em caso de pânico.
sábado, julho 02, 2005
Em Brasília, qualquer hora e qualquer minuto

Enquanto os homens exercem seus podres poderes
Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos
E perdem os verdes
Somos uns boçais
Podres Poderes - Caetano Veloso

Evito comentar aqui a minha - óbvia, por que é da maioria - indignação, decepção e horror com relação ao caos que se tornou o Governo Lula. Pior ainda, a teoria do complô, forjada por seus correligionários, é das piores e mais nojentas desculpas esfarrapadas que já ouvi.

O que me surpreende mesmo é que, quando viajo para outros estados, as pessoas me perguntam sobre a crise do Governo como se todos os habitantes de Brasília morassem dentro do Congresso Nacional. Oras, o que eu sei é o que leio em jornais e revistas, vejo na TV e escuto nos corredores, como o resto do país. A diferença é que conheci, na cidade psicopata, pessoas com um interesse nos acontecimentos políticos um pouco acima da média.

Como a colega de trabalho que assistiu o depoimento inteiro de Roberto Jefferson na TV Câmara, até mais de 1h da manhã. Ou um outro que fica ouvindo os debates no Congresso pelo celular, por meio de uma tecnologia de mídia que desconheço. Tem também o meu chefe [aquele goxxxtoso, hmmmm], que lê as notícias em algum desses sites de informação 'on line' e vem imediatamente pedir a nossa opinião a respeito, como se fôssemos jornalistas dentro de uma redação a mil por hora. Mas insuportáveis mesmo são os taxistas e motoristas de ônibus em Brasília, que quase nunca têm outro assunto que não seja política. E, claro, as mobilizações e protestos na Esplanada dos Ministérios que, se não chegam a paralisar a cidade, no mínimo servem para perturbar um pouco a calmaria das largas vias e para comentar no dia seguinte quem ficou preso no trânsito, onde e por quanto tempo. Coisas de Brasília.

Além dessas situações pitorescas, é uma cidade como qualquer outra [ou nem tanto], com pessoas correndo atrás de uma rotina que não pára nem mesmo para ver os acontecimentos sujos dos nossos representantes nos diversos Podres Poderes.
Histórias do Além: o macabro caso do brinco do segundo furo
*silêncio absoluto, um voz grave começa a narrar a história*

Ela usa dois brincos em cada orelha, o que aumenta em 100% as chances de perder um brinco por noite, já que, de forma semelhante às atrizes globais nas novelas, tem o péssimo hábito de dormir com os brincos na orelha.

Numa viagem realizada na semana passada, ela encontrou um par de brincos que eram a cara [!] do seu segundo furo: uma pequena barra com várias pedrinhas coloridas incrustadas. De um modo euforicamente consumista, comprou o par de brincos e, de imediato, colocou-os em seus segundos furos de orelhas. 'Ficaram perfeitos' - ela pensou, inocente, sem imaginar o que estava por vir...

*música de suspense*

Na quarta-feira, constatou um fato que causou pouca surpresa: ela havia perdido um dos brincos de pedrinhas coloridas. 'Que chato' - pensou -, 'mais um que se vai...' Comentou o detalhe corriqueiro com o namoradinho, mostrou a orelha vazia do brinco, lamentou pelo quanto gostava dele, apesar do pouco tempo de uso. Namoradinho prometeu procurá-lo, mais tarde.

Na quinta-feira, já no trabalho, olhando-se no espelho, a surpresa: lá estava o brinquinho, na orelha novamente, preso com a tarraxinha, como se nunca tivesse saído de lá. 'Namoradinho é mesmo eficiente' - pensou, sorrindo. Ligou para agradecer, teve uma surpresa...

*música de suspense com tom crescente*

Não havia sido ele. Aliás, ele nem lembrou de procurar o brinquinho. Aliás, mesmo que ele tivesse procurado [e achado], não teria coragem de enfiá-lo na minha orelha, pois acha a idéia de um metal entrando num furo simplesmente horripilante. Aliás, ele não consegue pôr os brincos nem na orelha da filhinha dele. Aliás, ele pede desculpas, mas não sabe como o brinco foi para ali.

*medo*

Desde então, ela se pergunta: como um brinco some e reaparece misteriosamente de um segundo furo de orelha? Ela poderia pensar que teria colocado o brinco durante a noite, num momento de semi-consciência, se não fosse tão míope quanto uma porta e, convenhamos, uma porta não acharia um brinco minúsculo num quarto escuro. O brinco continua, impassível, brilhando suas pedrinhas coloridas, mas...
COMO ELE FOI PARAR ALI???

*silêncio amedrontador*
Piano
Foi ontem, Clara Sverner, no Clube do Choro.

A emoção de ouvir um piano tão perfeito me fez ignorar o meu amigo que, ao meu lado, 'interagia' com a pianista nos momentos em que ela fazia uma explanação prévia às músicas. Ele reagia com comentários do tipo: 'é, isso mesmo', 'a-ham', 'ah, sim, eu também!!', 'que ótimo!'. O detalhe é que estávamos numa mesa no fundo da Casa, pois os lugares da frente todos estavam lotados e, portanto, Clara Sverner não poderia sequer supor nossa existência. Ninguém merece!

Bom, mas afora o ganho de viajar na bela música e as explicações sobre as músicas, seus compositores e contexto em que viveram, a grande surpresa da noite foi descobrir que a canção 'atrás da porta', de Francis Hime, pode ficar ainda mais triste e bela, no piano de Clara Sverner.
sexta-feira, julho 01, 2005
Eu, estripadora
Arranquei os cabelos curtinhos e espetados de um. Puxei a barba bem feita do rosto de outro. Aproveitei um corpo bem alto que ia passando e nele colei uma pele branquinha. Troquei as mãos por duas bem mais fortes, com dedos longos e direção precisa. Roubei os CDs de um, os bons livros de outro. Tirei da garganta de um incauto qualquer a voz firme e sedutora. Esperei o momento certo para aproveitar e extrair de alguém o abraço quase sufocante de tão forte, o sabor de perversão, a loucura de um desejo inexplicável. Por conta própria, apliquei ao conjunto uma gentileza sutil e espontânea, o prazer de ver bons filmes e pequenos olhos escuros, malvados, penetrantes e amedrontadores. De cada um, um jeito, um detalhe, uma forma: só assim eu chegaria ao modelo ideal. Nem cheguei a sentir compaixão pelos homens que serviram como matéria-prima para Ele.

Vários homens retalhados depois, Ele estava na minha frente, o Homem Perfeito. Fitei-o demoradamente, embevecida, e Ele apenas sorriu, de maneira enigmática e quase imperceptível. Sorri também, orgulhosa pela minha criação. Apertei ainda mais os olhos, determinada a não acordar do que eu sabia ser um sonho.
A Hora da Canseira
De repente [Lulu Santos/Nelson Motta]
de repente não há mais saco
pra tanto papo que já se ouviu
de repente a moda muda
o mundo roda e você mudou mais uma vez

Deve ser uma péssima combinação entre a ansiedade ariana e a volatilidade geminiana, meu signo ascendente. O fato é que tenho sentido com frequência cada vez maior o que chamarei, a partir de agora, de 'canseira'.

Amigos, pré-namorados, conhecidos, colegas de trabalho. Todos a um passo da minha canseira. Antevejo as pessoas todas me entediando, tornando-se desinteressantes e previsíveis. Como se eu fosse uma enfadada espectadora de um espétaculo que não pode parar nunca. 'Riam, chorem, me surpreendam, recusem algum pedido meu, me tratem como uma majestade, chamem a minha atenção, mas façam algo! O show tem que continuar!' - grito eu, com toda a força do meu tédio, enquanto os personagens do espetáculo criado à revelia da vontade deles assistem, atônitos, ao meu ataque histérico. Alguns tentam fazer gracinhas, outros tentam me agradar com mimos, mas há os que retiram-se, indignados, daquele circo de horrores.

Mas, ah, se chega a canseira, sou mesmo tipicamente geminiana: não suporto nem ouvir a voz do causador da minha canseira. Ou sai ele ou saio eu, não há acordos. E o final é nada melancólico, a pessoa simplesmente desaparece do mapa, como se nunca tivesse existido ou como se sua existência fizesse pouca diferença pra mim. Pode ser ainda pior - quando eu fico, como dizemos em Recife, com um 'abuso' tão grande que a simples presença da pessoa-canseira chega a me irritar. Sim, eu sou uma menina má.

Condenável? Também acho. A canseira é uma fusão de desconfiança, arrogância, medo do envolvimento e egoísmo. É o Lado Obscuro da Força, em mim. Que Yoda nos ajude.