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Estado de Coisas

terça-feira, fevereiro 27, 2007
Coisas que só os idiotas falam
Pergunta: que data é hoje?
Resposta idiota: hoje é dia 27... até meia-noite.

Alguém volta do almoço e o idiota diz, sorrindo 'maliciosamente':
- E aí... já está comido???

O idiota vai pegar sobremesa e volta dizendo:
- Tinha pavê, mas eu não peguei, por que é só pá vê.

Se alguém diz 'boa tarde', o idiota vai logo disparando:
- Pra mim é bom dia, que ainda não almocei.

Eu conheço esse tipo de idiota desde a minha tenra infância. Mas o pior ainda estaria por vir, usando as palavras de Nelson Rodrigues:

[Até o século XIX] o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar um cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca um idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não pensava. Os "melhores" pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Deve-se a Marx o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas.

E eles continuaram avançando e ganharam uma versão multimídia: são os roberts.

Quando dominarem o mundo, não digam que não sabiam.
Dúvidas sobre os machos
Dizem que as mulheres são complicadas, mas o universo masculino é, para mim, um estranho desconhecido.

O Marido, por exemplo. Quando o conheci, era talvez excessivamente sensível e chorava com uma certa facilidade. Dizia que não tinha vergonha de chorar e que não faria isso escondido. Que chorar lava a alma.

Eu, que até então sentia repulsa por lágrimas masculinas, passei a admirá-lo por isso. Seu choro me causava ternura, comoção e necessidade de pretegê-lo. Ao mesmo tempo em que me sentia protegida por aquele homem tão forte a ponto de expor suas dores.

Pois bem, desde que casamos, não sai pingo dos olhos de Marido. A fonte secou. Nem em momentos de conflitos, tristeza ou saudade. Marido não chora mais. E eu nem sei se acho isso bom ou ruim, apenas não consigo entender tamanha mudança.

E o meu filho, que eu tentei criar longe da idéia de machismos e protecionismos, revela-se um macho típico: não consegue encontrar nada do que procura, nem guardar nada do que tira. Tudo bem que, nesse ponto, somos iguais. Então, pelo menos esse caso está parcialmente explicado.

Mas que quarto de menino é naturalmente bagunçado, ah, isso é!
sábado, fevereiro 24, 2007
Pseudo Blues
Dentro de cada um
Tem mais mistérios do que pensa o outro
Uma louca paixão avassala a alma o mais que pode
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto, depois tropeço no meio da linha

Tem essa mágica
O dia nasce todo dia
Resta uma dúvida
O sol só vem de vez em quando
O certo é incerto, o incerto é uma estrada reta
De vez em quando acerto
Depois tropeço no meio da linha

Nico Rezende/Jorge Salomão
Coisas que a gente se pergunta...
depois de comer uma caixa 'Grandes Sucessos da Lacta' inteira:


por que, nos momentos de ansiedade, a gente não sente uma vontade louca de comer um pote repleto de tiras de cenoura em vez de chocolate?
Crônicas e Lamúrias
Fiquei curiosa, na loja, para ler 'Amor Em Segredo – As Histórias Infiéis Que Aprendi Com Meu Pai, Nelson Rodrigues'. A autora é Sonia Rodrigues, filha do polêmico e cultuado escritor pernambucano Nelson Rodrigues. Eu nunca tinha ouvido falar no livro, mas achei a descrição da capa interessante. Parecia confessional, sensível, feminino. A filha de Nelson Rodrigues é acadêmica, doutora em literatura e blá blá blá.

Na prática, as crônicas me pareceram mais um apanhado de lamúrias. É a infância difícil, o fato de ter sido bastarda, a mãe apaixonada, a avó rigorosa, a irmã mais bonita e as dificuldades com os garotos. Não sei se me incomodou por ser excessivamente autobiográfico ou por não concordar com a linha 'traumas de infância' adotada pela autora.

Sei lá, ela podia escrever aquilo tudo sem invocar a todo instante o nome do pai, em vão. Adoro crônicas, mas não sou divã pros autores que leio e nem me comovo com qualquer história dura. Poderia escrever volumes inteiros de minhas dificuldades remotas, desde a infância modesta até qualquer outro evento mais crítico. Mas pra que, se nem eu mesma me importo?!
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
No futuro...
Deu no PE 360 Graus, meu site preferido de notícias pernambucanas:





















11% menor que em 2007?!
Isso é o que se pode chamar de um site à frente do seu tempo.
Refúgio ao sol
Como planejado, Carnaval em João Pessoa, Paraíba: praia, sol e sossego.

João Pessoa é uma capital com ares de cidade pequena, pacata e ingênua. Para minha surpresa, as praias do centro estavam bastante sujas, o que nos levou a uma outra praia, mais ao norte. Mas a infra-estrutura de bares está concentrada só nas praias principais, então nos contentamos com uma barraquinha mais simples para ter, em troca, uma praia tranquila e de águas limpas.

Vale o passeio ao lugar de nome estranho 'Atol de Picãozinho', em Tambaú, a menos de 1 Km da costa, onde há uma imensa formação de corais cercada por piscinas naturais, de águas mornas e limpíssimas. Os peixinhos coloridos circulam ativamente e fazem a alegria da criançada chata que leva ração pros coitados - como se eles realmente precisassem da nossa comida, humpf! Aliás, preservação ambiental não é o forte dos passeios em praias que fiz até hoje. As pessoas se comportam como se o mar estivesse ao bel prazer de nosotros, invasores desastrados do ambiente aquático.

O pôr-do-sol na Praia de Jacaré é outro ponto alto da Paraíba. Todos os dias, um artista local, Jurandy do Sax, saúda o crepúsculo mais estonteante que já vi com o Bolero de Ravel ao saxofone. É bonito de ver, especialmente nos dias menos concorridos, como já tive oportunidade de assistir antes. No mais, muito artesanato - bom e barato, como de costume por lá e uma voltinha no cinema, por que as promoções de Carnaval são irresistíveis. A propósito, não assistam Cem Escovadas Antes de Dormir fora das promoções de Carnaval - ou seja, não assistam mesmo. A historinha moralista e cheia de culpas da menina que ficou pervertida por uma fatalidade do destino - ter brigado com a mamãe - é verdadeiramente broxante.

Por fim, o melhor da viagem: Tambaba, a praia de naturismo, no município de Conde. É fato que não encontrei os hippies fumando maconha, pessoas alternativas meditando ou, pelo menos, maluquinhos numa roda de violão que esperava encontrar naquele ambiente tão... naturista. Apenas muitos casais, uns já sem marca de roupa de praia, decerto frequentadores assíduos, outros meio constrangidos e quase com uma inscrição na testa 'iniciantes em Tambaba'. Mas o melhor de Tambaba realmente não são as pessoas. É a paisagem enlouquecedora de tão bonita, a areia branca, fina, livre de qualquer latinha e afins, as pedras enormes cheia de bichinhos e a água límpida, morna e azul de doer os olhos.

As regras para praticar o naturismo ficam logo na entrada da área, já que a praia tem uma área em que a nudez é proibida. Nada de fotos não consentidas, sujeira na praia, atitudes com conotação sexual ou homens sozinhos. Fomos avisados que, logo após uma ponte de madeira que separa as duas áreas, haveria um local para tirar a roupa. Entrei procurando um quartinho ou divisória, mas logo me dei conta de que, se iríamos mesmo ficar peladões, pra que parede, né? Tirei a roupa e já me senti à vontade - praia e pouca roupa (ou nenhuma, no caso) são duas coisas que adoro.

Tomar banho de mar, banho de sol e sentar no único barzinho do local para almoçar completamente pelada tornou-se algo absolutamente casual para mim em poucas horas. Eu até ia esquecendo de colocar a roupa para sair da área. Adorei Tambaba e quero voltar lá muitas vezes, para nunca esquecer de como eu vim ao mundo. :)
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Coisinhas
O livro que estou lendo, 'Eu Gosto de Uma Coisa Errada', de Pedro Doria. As crônicas sexuais do autor são irresistíveis. De Bruna Surfistinha a um panorama da pornografia mundo afora, Pedro Doria consegue contar histórias estranhas, quentes e casuais com a mesma leveza, sensualidade e alguma poesia. Eu adoro.




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O CD que ouço, 100 Anos de Frevo, lançado pela Biscoito Fino. É item obrigatório para quem gosta do ritmo e dá pra ouvir algumas músicas aqui.
Oficialmente, o frevo foi declarado patrimônio imaterial. Ocupa espaço no horário nobre. É cada vez mais amado pelos pernambucanos.
Não há nada mais lindo na música e que ninguém se atreva a dizer nada em contrário ponto


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Quem mora em Recife e detesta multidão, sabe: prévias, todas, todos os dias, se possível.
Carnaval, na praia. Estarei na Paraíba nos próximos dias, que não sou boba nem nada. :)

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A gente pensa que é forte...
até o dia em que o cabelo vira uma moita disforme graças a um tratamento equivocado no salão. E o único antídoto é um creme de hidratação de chocolate. E o tal creme não estava em nenhum supermercado, após uma busca que durou uma tarde inteira.
É aí que a gente cai em prantos bem no meio do corredor de xampus do Carrefour.

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Verifico minha caixa de mensagens todos os dias. Nunca encontro o que procuro.
Ansiedade é foda.

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quinta-feira, fevereiro 15, 2007
Triste...
é ver uma amiga presa às correntes de uma relação ruim, degradante e destrutiva.

Vem acontecendo com uma amiga há alguns anos, sem que eu saiba direito o que fazer. Tenho tentado não me sentir responsável pelas pessoas, cada um cada um, mas é difícil ver uma irmã sofrendo.

Nos momentos em que tentei expor minha opinião, fui muito dura e ela recuou. Passamos um tempo afastadas até que ela me procurou ontem e eu disse. Falei de nossa amizade, que independe de tempo e espaço. Falei sobre como ela é uma mulher incrível, que merece muito amor e consideração. E ofereci não um ombro amigo, mas a noite amiga. Por que para se curar das dores de amores mal-amados, acredito quo melhor remédio é circular na noite, mesmo estando só no meio da multidão.

Mas a minha amiga continua doente.
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
Enlevo
Eu olho você grande e distante
e da sua grandeza me comovo

e da sua distância me revolto.

Olho de novo.

Procuro reter em minhas mãos sua figura
mas ela gesticula, oscila e cresce
e numa inconstância distraída
no instante exato
por trás da vida desaparece.
Um desacato.
Do meu desaponto eu me levanto
pra levar embora outro desencanto
mas você me divisa e então me chama.
Me aguarda, reclama e me convida
e minha vida nessa ansiedade por fim entrego.
E nesse amor feito de espuma colorida
nós flutuamos: você borbulha, eu escorrego,
ensaboados, você explode, eu me desintegro.

(Flora Figueiredo)

terça-feira, fevereiro 13, 2007
Algumas coisas mudam com a idade...
... por exemplo, os meus biquínis. O tamanho é inversamente proporcional ao aumento dos meus dias sobre a Terra. Eles estão cada vez menores.

Aliás, eu era bastante conservadora. Cuidava para que roupas não fossem decotadas, não chamassem a atenção e nem me deixassem parecida com uma vagabunda. Batom rosa e esmalte clarinho. Bebia escondido e não fumava.

A gente realmente melhora com a idade.
Na TV
Assisto o Big Brother Brasil desde a primeira edição. Vocês sabem, é pela curiosidade antropológica de observar o comportamento humano em confinamento... cof cof.

Muito já se falou sobre a mediocridade do programa. Possíveis armações e teorias da conspiração circulam desde que a Globo começou a apresentar a versão tupiniquim do reality show. Eu gosto mesmo é da criação de personagens, o trabalho (dizem que maldoso) de edição e a novelinha em que o programa se transforma.

Na edição atual, é diferente. Não há bons nem maus, figuras carismáticas ou detestáveis. É tudo muito morno. O projeto de vilã que é Íris não me impressiona nem mesmo pela dissimulação. Por que até a dissimulação dela parece dissimulada. Esse é, sem dúvida, o BBB mais chato de todos. :/

Se a idéia de colocar pessoas jovens e bonitas, de classe social semelhante e sem grandes disparidades, erraram no tom, pois ficou monótono. Se a idéia era fazer o desejo ferver entre aqueles corpões jovens e bonitos, bola fora novamente, pois se formaram poucos e mornos casais. Se era uma transição para a idéia do BBB com famosos, não poderia haver idéia pior.

Faltam a polêmica, a originalidade, a ousadia e até mesmo a burrice dos personagens de outra edição. Alguém dirá: ponto pra você, um vício a menos, um programa vulgar que você não assistirá mais. Pois eu digo: ai que saudade dos bons tempos do BBB.
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
Vento Forte
Vento forte
O amor pode ser
É loucura demais
Que me faz te querer, demais
É vento forte

Prevalece o mais raro prazer
Que faz crer, na ventura, na sorte
Mas talvez quando eu venha sofrer
Este amor pode ser
Tão profundo, um corte

Mas se um dia
Esta porta bater
E você for no vento ou sei lá,
Não precisa dizer
Coração me aperta feliz, e me diz
Vou dormir com você.


Raimundo Fagner/Fausto Nilo, 1980
Rancorosos
Ela criou uma comunidade no Orkut com a qual eu me identifiquei imediatamente e que gostaria até de ter criado: Rancorosos.

A descrição:

- Lembra do que você me falou no ano passado, depois da festa da amiga da Joana, quando a gente estava no carro a caminho da minha casa?

- Não.


- POIS EU LEMBRO.


(....)



Comecei a aceitar o rancor depois de uma trapaça que sofri no trabalho, há uns dois anos, e que não perdoei até hoje. Rancor adoece? Perdão é um exercício? Bah! Falta de memória é que é doença.

Esse discurso do bom-samaritano-que-perdoa-tudo apenas estimula que as pessoas sejam descuidadas com o outro. É só fazer, acontecer, barbarizar e depois pedir desculpas, que o outro vai perdoar. É lógico que sim. Afinal, quem, em são consciência, cometeria o crime de não perdoar alguém arrependido?!

Tenho tentado não esquecer de algumas coisas, mesmo que eu tenha superado da melhor forma. Por que uma coisa é lidar com a situação, tirar bom proveito, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Outra coisa é apagar da memória uma boa lição que pode nos imunizar contra erros futuros. Como boa ariana que sou, tenho tendência a esquecer tudo depois da primeira explosão. Mesmo assim, anoto no caderninho do rancor tudo o que não devo esquecer.

Entendo o rancor assim - a mágoa pode desaparecer, o fato pode até assumir uma importância menor, os personagens principais tornam-se coadjuvantes. Mas ele continua lá, nos alertando contra erros futuros para que, pelo menos, sejam diferentes dos passados.

Ou, como dizemos no Orkut, *rancor.
Rio de Janeiro, gosto de você...
















Bem que eu quis escrever um poema de amor
E o amor estava em tudo o que vi
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis

(Antonio Maria - Valsa de Uma Cidade)
domingo, fevereiro 11, 2007
A hora de estar
Estive pensando sobre o que fazer com o amor que não se vai, mesmo que a hora já tenha chegado. Aquele que persiste, a despeito de nossa vontade. O que se faz presente, mesmo que tenhamos caminhado léguas depois do último beijo.

Deixa estar. Esse amor, que não soube a hora de chegar, tampouco vai saber o momento de se retirar. E, embora não pareça, ele é sábio. Continua a respirar enquanto encontrar razões, por mais tresloucadas que possam parecer.

Maltratado, esquecido num canto, subestimado, esse amor patinho feio mostra a sua força de sobrevivente. Amor valente, cínico até. Como deixá-lo ir, se nem mesmo aprendemos a cuidar desse louco insistente?

Deixa estar. Esse amor vai saber a hora de partir. E se ela não chegar, que prevaleça a vontade do amor.

---------------

O amor antigo
Carlos Drummond de Andrade

O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente, mais pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

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Você sabe que está precisando ler mais quando...
* fica ansiosa pela formação do paredão do BBB7 e acompanha as possibilidades no site Globo.com.

* cria comunidades no Orkut com a velocidade de procriação de coelhos.

* só lê jornais pela internet para conferir a programação cultural, mais especificamente shows e festas.

* tem dúvidas sobre a grafia da palavra privilégio e procura a resposta no Google.

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Em silêncio
Eu tenho um jeito complicado de expressar minha insatisfação - raiva - por alguma atitude que me desagrade. Ou eu explodo na hora, e aí eu sou grossa e desproporcionalmente feroz, ou eu me calo completamente. Assim, explosão ou contenção.

A contenção tem me parecido a opção mais sensata nos últimos tempos. Por que palavras são tão inúteis e eu ando cada vez mais cética quanto à compaixão humana. Se alguém me machucou, ou se eu me deixei machucar, as palavras não mudam em nada o que está feito.

O silêncio, não. O silêncio deixa um espaço para reflexões profundas. A pessoa pode construir hipóteses e imaginar as possibilidades mais extravagantes, mesmo que os fatos sejam bem mais simples. E eu acredito que é a partir desse espaço que as pessoas precisam para construir novas atitudes.

Ficar quieta, em silêncio, enquanto o outro imagina o que terá causado tanta indignação e o que fazer para corrigir o erro - essa é a situação ideal. Na realidade, porém, o meu método do silêncio tem deixado o marido exasperado. Na maior parte das vezes, consigo apenas provocar mais problemas.

As pessoas deveriam saber lidar melhor com o silêncio. O silêncio internaliza sensações, examina as questões de forma mais inteligente e, principalmente, elimina a possibilidade de sufocamento por palavras vãs. Não é naquela idéia de contar até 10 para a raiva passar, mas deixar que, no silêncio, a raiva cresça e mostre suas verdadeiras razões.

Façamos um pouco de silêncio para pensar nisso.

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Copacabana me engana
Estive no Rio de Janeiro durante a semana passada, a trabalho. Copacabana parece um mundo à parte, com seus dias tão ensolarados e suas pessoas magéeeeeeeeeeeeerrimas correndo num calçadão que não pára nunca, nem mesmo de madrugada. É uma espécie de lugar em férias por tempo indeterminado. Bares cheios, chope gelado, cachorrinhos passeando, mulatas sorridentes em biquinis coloridos.
É tudo tão lindo que seria muito chato se fosse verdade.

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sexta-feira, fevereiro 02, 2007
Segundo uma das buscas no Google que trouxeram alguém até aqui...
amores mal resolvidos provocam ansiedade


E provocam mesmo.

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A vida, segundo o mau humor
Eu tenho visto a vida, pela internet, como ela nunca é na vida real.

Fotos que mostram lábios na diagonal, relatos de paixões arrebatadoras e intermináveis, viagens incríveis, ângulos a partir dos quais o mundo nem parece o que conhecemos.

Vamos à vida. Ou, como diz o outro, 'menos, bem menos'. A vida é só a minha quase-enxaqueca, o olhar atravessado do marido depois de uma briga, amores que perdi, amigos que esqueci.

A vida é uma viagem a trabalho na semana pré-carnavalesca, quando eu mais gosto de estar em Recife. E é a lua escondida atrás de um prédio.

A vida não é virtual, que pena. Parece tão leve e solta vista através do monitor. Mas a vida de verdade são as contas a pagar, que me aguardam num envelope pardo sob a mesa.

:/

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NÃO SE MORRE DE AMOR DEBAIXO DESSE SOL TODO

Sossega, nega, não se morre de amor nos trópicos. A morte amorosa é uma invenção dos que hibernam como ursos da Sibéria ou cinzentos donzelos alemães...


O tio tenta uma filosofia de consolação para a amiga que sofre e pena entre a Augusta e a Angélica, pena como se num inferno verde de fitzcarráldica fábula babilônica labiríntica, a menina sofre tanto, mas tanto, que avoa nas asas da hipérbole-helicóptera.


Te juega, nega, aqui não se morre dessas coisas. Se o jovem Werther aqui fosse nascido, até choraria um tanto o seu infortúnio, mas já já algum vagabundo passaria na sua casa e eles iam tomar um ele & ela (caldinho com cachaça) na Várzea ou no Pina, freguesia do Recife, iam tirar uma onda na barraca de Jesus ou no seu Rainha, na mesma cidadela invicta, iam tomar uma com Franciel, pura ingresia da Bahia, lá nas beiradas do mercado de São Joaquim, na frente daqueles garajaus com bodes pretos e galinhas idem, além dos gabirus na lama dos currulepes que ali dançam aos pés dos bêbados, seres com ou sem asas para trabalhos ao vento, como reza o manual de zoologia daquele cego portenho.


Sossega, preta, roga uma praga neste peste e pronto, cai de novo na lama milagrosa do hedonismo. E se a vida atropelar, de nuevo outra vez, na mesma curva, anota a placa, lindinha, e arrisca o número no jogo do bicho.

Xico Sá, O Lindo, aqui.

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Noite
Ele pediu que ela olhasse para a lua, mas ela nem tentou. Continuava ofuscada pelo enorme sol que luziu o dia inteiro.

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Filosofia barata
Por mais que a gente alimente o nosso desejo, ele vive morto de fome e subnutrido.

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Das coisas estranhas que acontecem no meu trabalho...
Estagiário, de manhã cedo: a senhora está muito ocupada?
Eu: não, pode falar.
Estagiário: são umas perguntinhas rápidas, pode ser?
Eu: pode.
Estagiário: se a senhora viajasse a trabalho, para um congresso, que tipo de lazer gostaria de ter, ao final do dia?
Eu: ah, um passeio pelo principais pontos da cidade, daqueles que chamam de city tour.
Estagiário: e pra senhora, o que gostaria?
Eu: quando eu viajo sozinha, gosto de conhecer a gastronomia local, em primeiro lugar.
Estagiário: não, quero dizer, a senhora, se estivesse num congresso, que tipo de serviço ia procurar na cidade?
Eu: um cabelereiro.
Estagiário: OK, obrigado.

Ele não me disse o porquê das perguntas estranhas.
Mas eu também não perguntei.

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