Eu olho você grande e distante e da sua grandeza me comovo e da sua distância me revolto. Olho de novo. Procuro reter em minhas mãos sua figura mas ela gesticula, oscila e cresce e numa inconstância distraída no instante exato por trás da vida desaparece. Um desacato. Do meu desaponto eu me levanto pra levar embora outro desencanto mas você me divisa e então me chama. Me aguarda, reclama e me convida e minha vida nessa ansiedade por fim entrego. E nesse amor feito de espuma colorida nós flutuamos: você borbulha, eu escorrego, ensaboados, você explode, eu me desintegro.