Estado de Coisas
Fora do eixo 3
Estar longe da família não me dá a noção exata de datas mais "caseiras", como Natal, Dia das Mães, Dia dos Pais e similares. Geralmente, só me dou conta dessas datas quando saio da toca e vejo shoppings lotados, pessoas agitadas e sacolas de compras intermináveis. Problema meu.
Sendo assim, liguei ontem para marcar cabeleireiro e dentista, indiferente à época.
A única pessoa capaz de amansar a carapinha ridícula em que meu cabelo se transformou está com agenda cheia até o final do ano. Eu poderia entrar na lista de espera, se ela não estivesse lotada, também.
Todos os dentistas de Brasília resolveram entrar de férias em janeiro e por isso não há mais horários disponíveis para consultas em dezembro.
Não, eu não tenho uma árvore de Natal em casa. E percebi uma iluminação mais intensa na Esplanada, mas sempre fico encantada com a beleza da Esplanada à noite, então não me surpreendi muito. Mas é verdade que as promoções de panetone que acontecem nessa época me chamam a atenção.
Ah sim, é Natal.
Talvez eu peça ao Papai Noel um cabelo novo. Mas um horário na agenda de Francisca, a cabelereira milagrosa, já seria de bom tamanho. Ai, meu dente!
Adeus virtual
A palavra orkuticídio foi incorporada de vez ao vocabulário dos internautas que usam o Orkut. São aquelas pessoas que, por um motivo ou outro, resolvem encerrar a conta de Orkut e abandonam o viciante site de relacionamentos. Ensaiei um orkuticídio, mas desisti rapidamente, por causa dos apelos dos companheiros de Orkut e por que, pensando bem, aquilo lá é vício mas também é virtude - especialmente quando se mora em Brasília. Um relato interessante de orkuticídio é esse
aqui.
Mais grave que isso, são os assassinatos de blogs que tenho presenciado desde que comecei a acompanhar alguns deles. Os blogcídios são impiedosos e dão fim à vida de blogs interessantes, divertidos e inteligentes, alguns deles faziam parte da minha leitura diária. Mais recentemente, foi o 'Depois te Conto', que eu lia diariamente e, por enquanto, ainda linkado aí nos meus favoritos. Foi uma decepção não encontrar a página hoje, mesmo que a autora já tivesse anunciado o seu fim.
Outros blogs são abandonados à própria sorte e ficam lá, meses e meses, às vezes anos sem atualização. Deveria ser caracterizado como crime - abandono de blog incapaz. Se bem que dar um sumiço no coitado é ainda pior... As notícias sobre a multiplicação de blogs na internet não devem levar em conta o desaparecimento diário de outros tantos, o que certamente deve equilibrar o crescimento e evitar a superpopulação de blogs. Ou a internet já teria explodido, imagino.
Quanto a mim, costumo guardar cadernos antigos, cartas, velhos rascunhos, poemas toscos e e-mails pessoais que julgo importantes. Tenho dificuldade de lançar fora qualquer memória que parece cara, mesmo as indesejadas. Deletar blogs e perfis em sites, então, é algo impensável para mim, hoje. Resta apenas chorar pelos blogs e perfis que se vão, já que não há como evitar. Que descansem em paz. :\
Gabeira
A entrevista de
Fernando Gabeira publicada no site No Mínimo é, com certeza, uma das coisas mais lindas que eu li em 2005. E olha que já é final de ano. Um sopro de lucidez em meio à podridão generalizada.
Sonho
Sonhava com ele, imaginando que estivesse acordada. Até que acordou.
Uma imagem flamejante...
Da série de Cartas Flamejantes, um jogo de interação erótica criado pela cabeça fervilhante de
Daniel Pádua. Além de criativo e sensível, o Imaginante é um gatíssimo, desses que me fazem babar... ai ai!
O texto [ou clique na carta para ampliá-la]:
fui rude,por todo o tesãoque tornava a carne trêmula...o pau duro, em sintonia com teus mamilos, diante da cenaprovida pelas tuas coxas nuas àespera de um castigo de prazer.doces pancadas me imploravana boceta e na cara......perco-me de desejona tua dor depravada.
Lista de presentes
O Orkut este ano tem novidade de fim de ano: a lista de presentes. Até cinco itens que ficam expostos na página principal e, claro, virou uma zombaria só. Por pura falta do que fazer, vou mostrar a minha:
Caliente, Antonio Banderas é o primeiro item. Nem preciso de embrulho e pode mandar por sedex a cobrar, que eu pago feliz.
O segundo está nesse site
aqui. Nenhuma surpresa.
Em 2006 eu quero, eu imploro, eu preciso dormir mais e melhor. Esse povo
aqui bem que poderia me ajudar.
Presente repetido, não importa, é por que eu quero
MUITO:
E, finalmente, o quinto presente, por que chega de viver solteirona:
Ah sim! Claro que o último item pode ser relacionado ao primeiro.
- Sim, Banderas, eu aceito.
Lento
Nenhuma notícia que me chame a atenção, nenhum novidade, nenhum fato que me surpreenda. A vida às vezes parece cair num limbo de onde ninguém consegue arrancar. Ou não vale a pena. Uma hora ela cansa e sai de lá. Às vezes, as emoções fortes são desnecessárias. Deixa a vida descansar um pouco e depois, já com a respiração normal, voltar aos projetos necessários.
Mãos e pés atados, não há o que fazer. Mesmo assim, me pego procurando por algo que me prenda a atenção por mais que alguns minutos. Poderia ser um filme no cinema, ou os livros que leio, ou alguma música, ou as novelas que gosto, ou as orações que preciso fazer. O problema de ter muito tempo é que a maior parte dele acaba sendo jogada ao vento. Nada mais me interessa intensamente.
Num mundo apressado e com os minutos contados, ter muito tempo é defeito. Todos estão a 100 e lá vou eu, poucos quilômetros em muitas horas, não achando graça em mais nada. Coloco o calendário como limite: o ano vai acabar e no próximo ano vai ser diferente. E se não for? E se a vida continuar fazendo corpo mole? E eu, com o meu ritmo naturalmente acelerado, passo mal com tanta lentidão.
O que seria de mim se não existisse Passiflorine? Se minha vida estivesse mais veloz, num movimento sincronizado com a minha pressa, talvez eu nunca soubesse. Ao contrário da música antiga, "acelera o mundo, que eu quero subir."
Mensagem na garrafa
Incrível como o volume de chuvas em Brasília aumentou desde que eu vim morar aqui.
Impressionante como o meu volume de queixas tem crescido desde que Brasília entrou em minha vida.
É fácil saber por que: eu e essa cidade nunca nos entendemos.
Socorro.
2005 Bonito
Ah, e por falar em Natal, não posso esquecer a retrospectiva de 2005. Ano confuso, esse. Carnaval maravilhoso em Recife, mas estupidamente abortado na terça-feira, por que eu precisava voltar para Brasília, para fazer o Curso de Formação e concluir minha aprovação em concurso público. Emprego novo e desestimulante. Namorado novo, surpreendentemente duradouro e queridinho. Desencontros. Muita saudade, apenas duas viagens a Recife. Carro comprado, furtado e recuperado. Os livros de Douglas Adams, o CD de Silvério Pessoa. Desespero para sair de Brasília, a ansiada partida ainda não foi dessa vez...
Diante de tantos acontecimentos atropelados, ora bons, ora nem tanto, eu escolho um momento para simbolizar 2005: a fantástica viagem a Bonito-MS, em junho. A cidade é extraordinariamente linda, natureza exuberante [para usar um bom clichê], paisagens deslumbrantes e uma infra-estrutura para o turismo que merece aplausos. Linda Bonito, eu quero voltar lá em 2006.
A imagem que quero guardar de 2005 é essa aí: eu atrás da cachoeira do Rio do Peixe, testemunhando a força assustadora e reconfortante da água, fantasiada de mergulhadora por que não sei nadar e, pelo jeito, tentando me esconder dos
paparazzi. :)
"Oh, por favor, fotos agora não, respeitem a minha privacidade!!!"
Há algo estranho com o jingle bells...
Roberto Carlos livre do TOC e de terno escuro no especial de fim de ano?!
Tsc tsc tsc... Definitivamente, o Natal já não é o mesmo.
Sangue azul no jornal
Um crime passional que tem, atualmente, uma enorme repercussão em Brasília é esse
aqui. Resumindo, o ex-marido ciumento louco atira várias vezes contra a ex-mulher e um professor dela, numa faculdade aqui do Plano Piloto, O professor morreu na hora, a mulher continua internada, mas fora de perigo, e o assassino se entregou à polícia alegando 'defesa da honra', argumento inválido juridicamente desde a década de 70.
Crimes contra a mulher continuam acontecendo aos montes, apesar da mobilização das organizações feministas e dos avanços da legislação. Mas não é isso que me choca, nesse caso relatado aí em cima. A questão que me deixa realmente espantada é como os crimes de classe média assumem uma dimensão maior que os outros aqui em Brasília. Todos os dias o principal jornal do DF, o Correio Braziliense, publica longas matérias detalhando os avanços da investigação. Juristas, colegas, família, desconhecidos, todos têm uma opinião a declarar sobre o caso. Até o Senado já se pronunciou sobre o caso e demitiu o assassino, que era funcionário da Câmara Federal.
Tenho lido, no mesmo Correio Braziliense, crimes contra a mulher muito mais bárbaros do que esse, com o perdão da comparação. Entretanto, por acontecerem no esquecido entorno de Brasília, que a cidade parece querer fingir que não existe, muitas vezes merecem apenas uma notinha de canto de página, lida apenas pelos mais atentos. Brasília é injusta até no tratamento que dá aos seus crimes. E é claro que o destaque dado pela imprensa interferem sobre a punição aos culpados, pois os crimes mais 'populares' sempre resultam numa necessidade de resposta, pela polícia e pela justiça, à sociedade que acompanha o caso. Notas de canto de página podem ser arquivadas e esquecidas, afinal, crime e pobreza andam lado a lado, e quem se importa?
Problema meu, que fico indignada aqui na solidão e na omissão do Planalto Central, graças a esse hábito adquirido em Recife de ler toda a seção policial dos jornais. Diga-se de passagem, Recife trata os seus crimes de um modo muito mais democrático. Aliás, crime lá na minha cidade é assunto que vende bem, daí a veiculação massiva de todo tipo de notícia sangrenta. Há um jornal especializado nisso e os programas de TV que fazem cobertura policial são campeões de audiência na cidade. Ninguém finge que nada acontece na periferia e nem seria possível, pois a violência salta aos olhos do povo da cidade e, de um jeito ou de outro, acaba atingindo a todos. Nesse ponto, Recife é igual a Brasília: a violência é cada vez mais visível aqui também. Com a diferença de que lá não somos hipócritas.
Bala na Kbeça, da banda pernambucana Faces do Subúrbio
Açucarada
Hoje o meu namoro completou 6 meses. Medo.
É quando ele se vai que a paixão vem. Na saudade, na ausência, no não-estar. Ele viaja a trabalho e eu fico aqui sem saber o que fazer. Falta da companhia que me acorda com beijinhos, do amigo que ouve as minhas queixas, do namorado que me bajula, do homem que me protege. Mensagens para o celular dele, ai, como fico insuportavelmente pegajosa!...
Crise de consciência, acho que tenho feito tudo errado, eu e minhas crises histéricas. Mas eu sei que as poucas brigas provocadas pelo meu ser ariano não passam de trincheiras apavoradas contra a entrega. É o pavor [p-a-v-o-r] de gostar, de querer, de ficar dependente, de me acostumar a essa coisa deliciosa que é "a sorte de um amor tranquilo."
Ele chega, a ansiedade passa. Ele tem o estranho poder de me deixar tranquila, mas aí não fico mais pegajosa, deixo essa tarefa para ele. Seria ótimo se ele pudesse ficar longe/perto. Longe, para eu valorizar a presença carinhosa dele. E perto, que é para eu não ficar contando as horas para que ele esteja aqui novamente.
Espero que isso dure por mais quantos meses eu possa contar. Mais medo.
Ouvindo
Nature Boy, com Caetano Veloso
Bem lembrado...
8 de dezembro, uma data para não se esquecerTudo bem que efeméride redonda vale mais. Os 25 anos sem John Lennon merecem as homenagens que a imprensa brasileira presta ao músico inglês, assassinado a 8 de dezembro. Mas nada justifica o esquecimento nessa data dos 11 anos sem Tom Jobim. O maestro morreu no mesmo dia e mês, 14 anos depois que Lennon. Para matar saudades do músico brasileiro, recomenda-se o documentário “
Vinícius”, de Miguel Faria Jr., que não se limita a exibir a genialidade do compositor. Na tela grande, salta aos olhos outra de suas qualidades marcantes: como era bonito o jovem Tom Jobim!
Tutty Vasques, no blog No Mínimo Água de Beber, de Tom e Vinícius, cantada por Vanessa Pinheiro
Fora do eixo - parte 2
Hoje eu fui trabalhar com uma camisetíssima. Ombros de fora, colo à mostra e alcinhas finas cruzadas nas costas. Tô nem aí, sempre fui trabalhar assim em Recife. Chega de formalidade nessa bosta de trabalho inútil, chegou a vez do protesto-camiseta.
Encontrei todos de mangas longas, casacos e jaquetas. Conspiração? Só então eu lembrei que a previsão de temperatura, ouvi logo cedo na TV, era de 18 graus. Eu era um peixe fora do aquário e de camisetíssima.
Ao meio-dia, sol de rachar, céu azul, calor e, quem podia, se despia de casacos e jaquetas. Eu estava certa. Ainda bem que a cidade é esquizofrênica até na temperatura. Mas foi por pouco.
Ufa.
Fora do eixo
Estranho.
No 38º Festival de Cinema Brasileiro, entre os longas-metragens que eu assisti, estava "
Depois Daquele Baile", de Roberto Bomtempo. Até a metade do filme, a platéia ria sem parar, gargalhava, quase caía no chão de tanto rir. Eu dei só uns dois ou três sorrisos de canto de boca, para não me sentir tão deslocada. Da metade do filme em diante, a platéia chorava copiosamente. Lágrimas caindo ao meu lado, pessoas fungando por toda a parte, lencinhos socorrendo os mais prevenidos. E eu nada, nem vontade de marejar os olhos, nem mesmo uma pequena tristeza passageira. Não que o filme seja ruim: é levinho, engraçadinho e bonitinho. Tudo assim, bem 'inho', mas nada de fortes emoções.
Outro dia, em outro festival, dessa vez o
Mix Brasil, de cinema e vídeo da diversidade sexual, assisti a uma daquelas aberturas que o Centro Cultural do Banco do Brasil apresenta. São vários curta-metragens temáticos, dirigidos por cineastas renomados, que tratam de valores como afeto, alegria, fraternidade e outros. Os que vi até agora são lindos. Nesse dia, foi a vez do curta sobre conhecimento, dirigido por Cacá Diegues, que foi totalmente gravado em Pernambuco, referindo-se ao Maracatu, conhecimento transmitido entre gerações, tendo como apresentador
Antonio Nóbrega e o seu Lunário Perpétuo. Não deu outra. Fui tomada de assalto por uma emoção indizível e eu, que me gabava pouco antes de não chorar há meses, desatei num choro forte, intenso e cheio de saudade. Banzo puro, platéia atônita e com olhos secos. Os soluços só cessaram a partir do segundo filme do Festival, cerca de 15 minutos depois da primeira lágrima.
Quando todos choram no cinema, eu fico indiferente. Por outro lado, num momento em que ninguém padece, eu choro quase escandalosamente.
Essa é uma pessoa que vive há três anos em Brasília.
Essa é uma pessoa
realmente descompensada.
Ouvindo
Os Óim do Meu Amor, com Cordel do Fogo Encantado
Insônia provoca insônia
São 4 horas da manhã do domingo e eu parei de contar as horas de sono que perdi, por não ser uma pessoa normal. Atribuo a insônia companheira aos sete anos em que trabalhei em regime de plantão, madrugada adentro; à minha ansiedade latente e incurável; à angústia de Brasília; aos probleminhas do dia-a-dia que se reúnem à noite para me atormentar e, em marcha, viram um problemão; ao vício de internet que às vezes me mantém acordada; ao fato de que eu sempre troquei o dia pela noite, desde criança, tendo por isso o apelido de bacurau na infância. Eu detestava esse apelido, mas hoje em dia adoro. Bacurau sim, e com muito orgulho.
Vagueando pela UOL na quase manhã insone, me deparo com a Lillian Witte Fibe, com aquela cara de quem dorme, impassivelmente, a noite toda, com a seguinte manchete:
"Dormir menos de 7 a 8 horas envelhece e propicia aumento de peso"; álcool e remédios podem prejudicar o sono, diz médico."Isso é lá notícia para colocar às 4 da manhã?! Quanta indelicadeza!
Quanto às oito horas de sono:
Hahaha.
Lillian, não fo... rça.
O que falta
A cada dia, torna-se mais difícil manter um relacionamento afetivo. E eu que achava que isso ficaria mais simples com o passar dos anos. Se eu pensei/disse/imaginei/afirmei/defendi alguma coisa nesse sentido, nego tudo agora, três vezes, diante do espelho. Paixão e idade, definitivamente, não combinam.
Falta alguma coisa que eu tive antes, com outro alguém. Falta algo que eu nunca tive antes e que nem sei o que é. Falta fogo, falta água, sobra ar. Respira-se demais, reflete-se demais e os defeitos aparecem antes mesmo que a gente se dê conta de que NÃO está apaixonado. Pés na terra, falta a cegueira que é companheira inseparável da paixão. Ouvidos atentos, olhos abertos, boca fechada e pele retraída. Sentidos em alerta contra a paixão. E ela não vem, tadinha, assustada com tamanha proteção.
Falta a vontade de arrancar os cabelos, o aperto no peito, a necessidade insaciável. Vem a tristeza, um vazio preenchido de tudo o que há para fora da paixão, mas ainda assim vazio. Surge, então, a paixão por paisagens, causas, músicas, projetos e tudo o que é virtual. Paixão abstrata, não menos apaixonada. Apenas um tanto e inexplicavelmente nostálgica.
Talvez eu precisasse de um paixômetro, instrumento para medir a paixão e suas febris consequências. No caso de diminuição de nível, que fosse possível ingerir algumas doses de paixonol, medicamento estimulador do sentimento. Em caso de excesso na ingestão, seria simples - neutralizar os efeitos com paixomidina, o inibidor completo. Para não faltar paixão, nem morrer de paixão.
Ouvindo Amor de Muito,
de Chico Science e Nação Zumbi
Au au
A notícia foi publicada no jornal O Globo, coluna de Ancelmo Gois, do dia 02 de dezembro passado:
A Pedigree, que produz ração, foi condenada a pagar R$ 18 mil por danos morais à família de Teresa Cristina Coutinho. Sua cadelinha Lulu, coitada, e quatro filhotes morreram horas depois de comerem biscoitos Mini Biscrok. A decisão é da 11 Câmara Cível do TJ do Rio.Já tive três cachorros, todos comeram biscoitos da Pedigree e nenhum deles me fez o favor de morrer e deixar uma indenização tão gorda. Sinceramente, é muita incompetência!... [minha ou dos cães]
Mulherzinhas ou "por que futilidade pouca é bobagem!"
Mulherzinha 1
Meu cabelo é naturalmente crespo, rebelde e tem fios fracos. Mantenho a juba à base de muita água [lavo quase todos os dias], xampu Garnier Fructis [ele é viciado nisso] e muito, mas muito creme. Creme à vontade. Antes, durante e depois de lavar. Uma verdadeira guerra química para torná-lo apenas suportável. Não é à toa que eu participo, no Orkut, da comunidade "meu cabelo me odeia."
Pois bem, um belo dia a perua que trabalha ao meu lado chega com o cabelo lisérrimo. Escova progressiva. Me aconselha a fazer também. No dia seguinte, a patricinha que trabalha do lado esquerdo chega com uma seda sobre a cabeça. Também fez a progressiva. A partir daí, uma multidão agressiva de mulheres com cabelos lisos passou a povoar os meus pesadelos. Elas riem das minhas mechas encaracoladas e balançam os fios impecáveis de um lado para o outro. Atiram chapinha contra mim, me dão um banho de formol a 2%. Acho que chegou a minha vez.
Ó dúvida cruel.
Mulherzinha 2
Festa no sábado. Não é uma festa qualquer. É a festa promovida por um colega de trabalho, que eu frequentava mesmo antes dele ser meu colega de trabalho. Uma das boas festas de Brasília, daquelas que só se sabe pelo boca-a-boca.
E agora: comprar um vestido lindo e fazer o estilo "arrasei" ou pôr um jeans e camiseta, como eu gosto, tipo "tô nem aí"?
Ó dúvida cruel.
Mulherzinha 3Nunca gostei de pintar as unhas do pé, mas num programa de TV, desses que passam à tarde, para mulherzinhas, a consultora de beleza recomendou fazer combinações com esmaltes diferentes, de forma harmônica, nas mãos e pés. Mostrou a combinação nela própria, e não é que é uma beleza mesmo?
Acontece que eu tenho os dedos separados demais - eu acho - e, apesar de ter uma relação bastante amigável com os meus pés, nunca tive a intenção de chamar a atenção para eles. Mas adoraria tentar uma combinação dessas.
Ó dúvida cruel.
Duas Cores - Mombojó
Agora eu sei o que quero enxergar
Esse colorido não devia mais me enganar
Porque a cor deforma
Quando a luz vem a brilhar
E assim seu olho começo a decifrar
Dai-me outra cor
Que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
Que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
Que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
Que sirva para eu acordar
Dai-me outra cor, dai-me um amor, dai-me uma dor
Pelas esquinas que eu andei
Nenhuma delas te encontrar
Mas eu tou sempre por aqui
Quando quiser, é só chamar
Andando reto, sem destino
Vivendo sempre do passado
Não quero mais me desmentir
Eu não vou mais te procurar
Música e letra: Felipe SOuvir Duas Cores