Estado de Coisas
Caçador de Plágios
Encontrei numa comunidade do Orkut um site que é ferramenta de busca para plágios. É só colocar o endereço 'plagiável' e os resultados mostram tudo que há de idêntico na net.
http://www.copyscape.com/
Testei, mas ninguém me plagiou. Frustrante.
Ácido retinóico...
... toda mulher, um dia, começa a usar.
Por que a pele não acompanha a minha mentalidade de 21 anos?
Justus em mim
A cada dia sinto mais próximo de mim, no ambiente de trabalho, o monstro que crio há alguns anos. De menina promissora a profissional bem-sucedida, daí a um monstro sem coração. O Roberto Justus em mim quer demitir todos à minha volta.
Pode ser resultado do cansaço por anos de dedicação compulsiva ou culpa das últimas puxadas de tapete por sociopatas da Capital Federal. Nem importa. Felizmente, eu só trabalho a cada três ou quatro dias e, mesmo assim, convivo com pouca gente nesse dia. Sou quase uma eremita do serviço público.
Mas basta uma reunião, e-mail, informe, ou recado verbal que o monstro vem. Tolerância zero para burrice e comentários idiotas, eu simplesmente não consigo mais calar diante de uma asneira qualquer. Na verdade, não apenas não calo, como respondo de forma invariavelmente grosseira. As pessoas emudecem e acabam concordando comigo. Não sei se por admiração, horror ou medo, elas cedem em quase todos os embates.
A verdade é que se eu fosse Roberto Justus e eles aprendizes, estariam todos demitidos. O nível de burrice dos meus colegas de trabalho tem crescido expressivamente nas últimas repartições. Ou eles pioraram, ou eu fiquei mais inteligente. Ou mais intolerante. Ou simplesmente mais Justus. Pelo menos até que um Donald Trump apareça e me bote na linha, aprendiz de carrasco que sou.
Grito de Mãe
É a segunda vez em que preciso levar meu filho a um psicólogo, é a segunda vez em que me esforço para não parecer louca. Sim, por que as mães são culpadas pelos males do mundo. Freud dizia, é o que todos crêem até hoje.
Tá desequilibrado? É a mãe! Vai mal na escola? Culpa da mãe! Não se alimenta bem? Onde está essa mãe que não vê isso?! Mãe que é mãe tem que ser perfeita, risonha, centrada e apaixonada por sua cria, se não corre o risco de ser confundida com uma madrasta qualquer.
Esquecem que 'mãe' é apenas a pessoa que gerou uma criança, coisa que uma boa incubadora de um moderno laboratório fará em pouco tempo, com a mesma eficiência. E que 'criança' é apenas uma pessoa pequena, pode ser chata e intragável como qualquer um, só que ainda pequeno.
Foi disso que eu tentei falar para Mateus, o psicólogo com cara de criança que me ouviu durante cerca de uma hora. De como eu vejo meu filho como uma pessoa, que pode ter escolhas diferentes das minhas. Que apenas mostro alguns caminhos, mas espero que ele escolha um deles, ou mesmo outro que eu nem sequer conhecia (papo mais hippie...)
Mateus me perguntou sobre o uso do castigo. Bem, a verdade é que eu não me utilizo desse recurso. Não acho que privar uma criança de fazer algo que ela gosta é um bom método. Meio cruel, autoritário e pouco pedagógico. O que eu uso, então? A conversa.
Sempre conversa? Tá, de vez em quando um grito. O bom e velho grito. O bom, velho e sonoro CHEGA. Se resolve? Ôhhh, se resolve... é um santo remédio. E o que sinto depois? Ah, fico cansada, né? Gritar é algo que me mobiliza demais, pois eu não costumo gritar no meu dia-a-dia. Mas também fico aliviada. Um alívio cansado. Mas eu sempre consigo o que quero, seja um banho, a lição de casa pronta ou apenas um pouco de paz. Com apenas um grito.
Não sei o que Mateus achou do meu método. Às vezes ele me olhava com uma cara estranha. É difícil tentar parecer uma mãe equilibrada, só para o psicólogo não dispensar o filho e resolver tratar da mãe. Da conversa, pude refletir que preciso gritar mais. Mãe que é mãe, tem que gritar, berrar e atemorizar a criança apenas com o volume da voz, sem palavras ameaçadoras.
OBRIGADA, MATEUS, PELA DESCOBERTA!!! AAAHHH!!!
Paralelas e tributos
Não sei bem como começou essa tendência, nem mesmo se foi aqui em Recife. O fato é que os chamados 'projetos paralelos' das boas bandas invadiram os palcos da cidade.
Arrisco dizer que tudo começou com o Nação Zumbi, que lançou o grupo Los Sebosos Postizos que - infelizmente - eu só ouvi e canta sucessos de Jorge Benjor das dácadas de 60 e 70, como esse:
Quero esquecer vocêAgora, eu perdi a conta de quantas são. Mombojó vira Del Rey, que canta só Roberto Carlos. Silvério Pessoa tem a Sir Rossi, para exaltar outro Rei, Reginaldo Rossi.
Mula Manca & A Triste Figura vira Seu Chico, cantando vocês-sabem-quem. A banda Comunidade Azougue que relembra Noite Ilustrada com o seu Groove Ilustrado. E por aí vai...
Chovem tributos nos finais de semana e eu tô achando ótimo. Todos os homenageados estão entre os meus preferidos. Além disso, o projeto paralelo acaba chamando a atenção para a banda 'principal'. Descobri coisas
assim do Mula Manca & A Triste Figura. Talvez nunca tivesse me interessado se não assistisse ao show do Seu Chico, ouvir sambas de primeira numa interpretação genial. (e são tão lindinhos, nhammm...)
Sem-colegas
Estranho. Em todos os lugares em que trabalhei, por pouco tempo que fosse, sempre havia o
alguém com quem eu me identificava. Geralmente era
o ou
a colega que adorava farra, que falava mal do chefe e que transgredia as regras do local. Eu sempre me identifico com os rebeldes, mesmo que sem causa.
Dessa vez, estranhamente, não. Nenhum colega tão próximo que possa virar camarada, nenhum assunto interessante que precise ser estendido para além do minúsculo posto de trabalho. De cara, eu percebi que eram todos muito
burros. Depois, notei que estavam mais interessados em criar intriga do que qualquer outra coisa. Aprofundando mais a convivência, vejo que eles são apenas enfadonhos.
O divisor de águas aconteceu quando duas colegas começaram a falar mal das feministas. Tentei me conter, pois tinha chegado há algumas semanas. Quando elas se divertiram dizendo que as mulheres que "criaram" esse "tal" de feminismo deviam ser "tudo mal-amada", eu reagi. Vocês se enganam. A principal precursora do feminismo, Betty Friedan, era uma mulher super bem-resolvida, apesar de ouvir essas e outras acusações, na época
(quis chamá-las de retrógradas). Uma delas se divertiu ainda mais, fazendo o "genial" trocadilho Betty frígida. Perdoa, Pai, elas não sabem o que dizem. Ou, como disse a própria Friedan, "Direitos"é um vocábulo sem vibração para quem se criou depois de sua conquista". Que nojo.
Estou nostálgica de minha amiga gaúcha em Brasília, bicho-grilo, louca, linda, inteligente, natureba, sensual e feminista. Talvez eu nunca mais conheça alguém assim, ou então eu cheguei atrasada, deveria estar na década de sessenta. Parece drama, mas eu também não sabia o quanto era importante aquela pessoa com quem tomar cerveja depois do trabalho, até não ter mais nenhuma assim.
Porra nenhuma
Se alguém fizesse hoje aquela pergunta clássica 'o que tem feito da vida?', eu responderia sem pestanejar: porra nenhuma.
Cansei de correr atrás, cansada de tentar ser útil: descobri que eu quero mesmo é vagabundear por uns bons tempos. Sempre estudante aplicada ou profissional bem-sucedida, eu tô adorando fazer porra nenhuma. Nem trabalho voluntário, nem tarefas domésticas (ha, agora eu tenho empregada), nem notícias a rodo. Eu fico no Orkut (voltei ao vício), ou perco tempo no MSN, ou releio textos que gosto, a maioria sem a menor importância. Porra nenhuma virou uma espécie de trabalho pra mim. Descobri que eu seria uma ótima porranenhumóloga, se a profissão fosse regulamentada.
O que eu tenho a fazer? Ah, uma colega me pediu pra revisar um texto acadêmico, duas disciplinas isoladas em setembro, academia todos os dias em que posso ir, plantão a cada três dias - e, mesmo assim, eu esqueci que tinha que trabalhar na segunda-feira passada, como boa porranenhumóloga que sou. Hoje, já são quase sete dias em casa. Eu sou boa nisso.
E o Orkut, tenho usado da forma mais irracional possível. É meu circo, agenda cultural e espaço para intercâmbio de interesses. Agora que virei Raulseixista, participo ativamente da comunidade Raul Seixas. Aí descobri uma banda cover de Raul MUITO BOA aqui de Recife, a Netos do Raul. Fui a um show, pirei, entrei na comunidade deles para saber dos próximos shows. E por aí vai...
Mas tem as coisas toscas que eu gosto de ler no Orkut. Inacreditável que exista tanta gente idiota no mundo. Se o povo do Orkut é uma amostra representativa do país, eita povinho burro! Muita gente que escreve mal, dá até medo ficar muito tempo por lá e comessar a iscrever daquele geito. Deus mi livri!
Enfim, quando eu terminar o nada que eu tenho pra fazer, eu penso no que fazer.
Momentos
Momento Campanha EleitoralPor ora, resolvi votar no Lula (é cedo para assumir o voto publicamente?). Depois de passar mais de três anos praguejando contra os petistas, fui rapidamente convencida a escolher o sapo barbudo mais uma vez. Não apenas por que ele é considerado imbatível por praticamente todos os analistas políticos, que eu não sou mulher de voto útil. Nem pela falta de carisma patente dos demais candidatos, que eu não sou mulher de encher os olhos diante de qualquer presidente-operário. Tampouco por acreditar piamente no Programa de Governo Lulista, que eu não sou mulher de ilusões.
Objetivamente, fui convencida pela entrevista dele no Jornal Nacional, onde ele me pareceu mais estadista e seguro do que nunca. Pelo evidente fortalecimento do Estado durante esses últimos anos. Pelos inegáveis resultados na área social, que podem ser menores que os esperados e, mesmo assim, são bem importantes. E, óbvio, por que euzinha aqui (re)ingressei no serviço público durante o governo dele (\o/), que resgatou a importância do agente público como nenhum outro presidente havia feito na história recente do país.
"
Eu sou egoísta, por que não?" (Raul Seixas)
PS: também descobri que o meu (o seu) voto não faz a mínima diferença. Posso votar no Lula, Rui Pimenta, Heloísa Helena, Macaco Simão ou em branco, que o resultado não sofrerá nenhuma alteração. A vitória é sempre das 'forças terríveis'.
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Momento FrustraçãoDesde que estou circulando nesse campo-utopia-especialidade-formação que é saúde coletiva, há mais de dez anos, pela primeira vez deixo de participar de um grande congresso da área, que acontece a cada três anos. Puta raiva. Nunca me dei ao trabalho de calcular, mas sei que meus indicadores de produção/formação acadêmica, qualificação profissional e interesse por temas relacionados ao meu cotidiano de trabalho só vêm decaindo nos últimos anos.
Quer ver? Minha última titulação acadêmica aconteceu há seis anos. Não publiquei trabalho, nem participei de evento importante no último ano. Não produzo relatórios há quase dois anos. Reuniões proveitosas em 2006 = 0 (zero). Não consigo pensar em nada que possa servir de matéria para um projeto de doutorado. Não falo em público como palestrante ou similar há zilhões de anos. Deixei de ser referência para alguma coisa no trabalho, virei no máximo um ponto de referência - 'a pasta tá ali, ao lado dela'...
Mas o que me irrita mesmo é ver gente que não faz nada o ano inteiro ir para o tal congresso que eu não vou. E ainda faz aquele muxoxo pra comentar que vai passar por não-sei-quantas horas de viagem. Putaquipariu, como sé alguém fosse acreditar que é um sacrifício ir ao Rio de Janeiro participar de um evento top da área. Vaisifudê. :/
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Momento Fisiologia FilosóficaPor que sentir tantas, tão intensas, múltiplas e variadas sensações agradáveis ao longo da vida, se o nosso mísero cérebro mal consegue registrar a felicidade que sentimos na semana passada? Sabores, prazeres, delícias, sorrisos, êxtases e momentos gloriosos vão sendo solenemente esquecidos, por mais que a gente se esforce para retê-los. Memória da pele porra nenhuma, eu mal consigo lembrar o quão delicioso foi o meu almoço hoje!...
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Momento 'foi mal'De pedir desculpas pelo excesso de palavrões aqui hoje. Há dias assim, em que apenas um bom e sonoro 'foda-se' não resolve tudo. :(
São demais os perigos dessa vida...
Placa de avertência na Praia de Olinda
E, no entanto, é preciso cantar.
Visão de Recife a partir do Marola Bar, em Olinda.
Mudança
Um dia, o mundo acordou mais bonito.
Na rua, percebo que todos sorriem pra mim. Há, nas pessoas, uma certa jovialidade e uma certa ternura, quando me olham. Se peço alguma informação, sou atendida prontamente e recebo o que quero com riqueza de detalhes. Se penso em comprar algo, todos os vendedores estão ao meu dispor. Se peço passagem no trânsito, poucos segundos depois o caminho está livre.
É só beleza, gentileza, afago e, inevitável, um pouco de bajulação. O mundo passou a me ver com outros olhos. Virei alegria para as crianças, ídolo para os adolescentes e modelo para os adultos. Tenho o mundo nas mãos, a vida sob controle e as pessoas sob o meu domínio. Eu sou a rainha do mundo!
Conclusão: definitivamente, ter cabelos lisos faz toda a diferença.
Impagável
Heloísa Helena no Jornal Nacional, chamando William Bonner de 'meu amor' e Fátima Bernardes de 'minha filha'. Ela pode não ser uma boa candidata, mas com certeza é uma candidata de bom gosto.
:D
Da Série: Deu na Folha, mas e daí?
Notícia desimportante, ocupando a capa da UOL hoje:
isso.
Questões a esclarecer: quem é Dado Dolabella? O que é Cristal? Que diferença faz ele ter conjuntivite? Por que eu preciso saber disso? O que faz essa notícia ser destaque num site importante?
Falta de notícia não deve ser, pois diariamente circulam milhões de notas sobre zilhões de fatos que acontecem o tempo inteiro no planeta azul e em outros, até. De guerras a situações pitorescas, quase tudo vira notícia em fração de segundos. O que não quer dizer que qualquer baboseira deva ser transformada em matéria e exposta aos nossos olhos desprotegidos. Mundão enorme e confuso.
Eu quase não leio mais jornais. As notícias seguem o mesmo padrão, mudam apenas de local e rostos, a trama e personagens são os mesmos. Me interesso mais pelo que está por trás da notícia, como o que leio no site
No Mínimo e em alguns blogs de jornalistas. Agora, acontece de vez em quando da gente querer voltar ao mundo das notícias. E o que está em pauta: conjuntivite de um deslumbrado qualquer, guerras lá e aqui, bola-de-neve invisível da corrupção. Mundinho pequeno e chato. :/
Tempos Modernos
Quando eu era criança e minha mãe percebia que alguma amiguinha era uma potencial má companhia, eu era proibida de frequentar a casa dela, brincar com ela na rua e manter contato muito estreito.
Ontem eu ordenei que meu filho excluísse da lista de amigos do Orkut e ignorasse (quem tá no Orkut sabe o que é isso) um menino potencial má companhia internética. E ainda dei lição de moral sobre a importância de cultivar boas amizades virtuais. Ufff.
Duas notinhas
Tomei coragem e - finalmente - fiz uso de um tratamento radical para os meus fios rebeldes. Litros de formol depois, aqui estamos, eu e os meus cabelos lisos, que, espero, fiquem apenas levemente ondulados como resultado final. Mas isso eu ainda não sei, pois é preciso passar três dias sem lavar os cabelos após o tratamento (ugh!).
Apesar de gostar dos cabelos cacheados, não tinha mais paciência para cuidar deles como é preciso. E não gostava de lidar com a imprevisibilidade constante - eu lavava os cabelos, botava creme e simplesmente não sabia o que ia ser depois que secassem: belos anéis ou pavorosa vassoura. Assim, tenho três meses para pensar no que fazer com o meu cabelo quando ele voltar ao seu estado selvagem.
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Já tenho o meu próximo roteiro de praia: a do Paraíso, que fica no litoral sul de Pernambuco, próxima ao Porto de Suape, onde trabalho.
Aqui tem foto de lá e de outras praias do mesmo circuito. Estivemos num vilarejo próximo para almoçar, no sábado passado, e eu fiquei simplesmente enlouquecida pelas belezas do lugar. Saí de lá jurando voltar para me vingar pelo fato de estar apenas no horário de almoço naquele lugar lindo. Eles que me aguardem.
O lugar do almoço fica no fundo do quintal de uma das casas do vilarejo, mas foi com certeza um dos locais mais emocionantes de minha vida. Primeiro o ambiente, rústico e repleto de orquídeas e de artesanato em madeira e pedra, feito pelo filho da cozinheira. A comida, cação (um tipo de tubarão) e polvo ao molho de côco, perfeita no sabor, temperatura, beleza, tudo. Tudo isso embalado por música pernambucana da melhor qualidade ou, como disse uma colega, "de Luiz Gonzaga pra cima".
Saindo de lá, paramos nos mirantes e ruínas do lugar, que tem muitas marcas da colonização espanhola - a polêmica sobre onde o Brasil de fato começou. De um dos mirantes, a Pedra do Cogumelo, dá pra ter uma visão do mar aberto e praias e do - gigantesco - Porto de Suape, logo após o que se chama de porto natural formado pela barreira de arrecifes. Endoidecedor.
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Indiquem um livro que me faça sair da internet nos meus dias de folga. :S
Devaneando
Que o meu vizinho da frente sofre de dor-de-cotovelo crônica por que está separado da mulher, tudo bem.
Em consequência, ele bebe como uma esponja e às vezes fica eufórico, às vezes pra baixo, eu entendo, até aí tudo bem.
Daí, quando ele "volta pra casa abatido e desencantado da vida", liga o som no último volume de forma que não seja possível ouvir nem um estrondo, se Israel promover um ataque aéreo contra o nosso prédio. Mas tudo bem.
Parece que ele tem uma coleção de dois CDs: Altemar Dutra e Julio Iglesias. É só isso que ele escuta nos momentos de amargura. Coitado dele, coitados de nós, no fim tá tudo bem...
Agora, alguém sabe o que eu preciso fazer para tirar a música do Julio que está tocando sem parar na minha cachola, com direito a sussurros e gemidos do garanhão, há pelo menos duas semanas? :(((
O ME QUIERES O ME DEJAS (DEVANEOS)
Luis Gardey
O me quieres o me dejas
o te tengo que olvidar
para estar así contigo
yo prefiero terminar.
Que te quiero tú lo sabes
pero el juego no me va
ni seguir con tus caprichos
y tu forma de pensar.
Dime de verdad qué has sentido conmigo
si he sido tu amante o he sido tu amigo
quiero convencerme de que algo ha quedado
de todo lo bueno que siempre te he dado.
Dime si mentías cuando me abrazabas
y al darme tu cuerpo después me engañabas
pues con tus caprichos me muero de celos
Ya no me interesas con tus devaneos...
O golpe da maçã
Bisbilhotando (como sempre) no Orkut, cheguei a um perfil que me levou a um blog, o
Miguel, Meu Anjinho. Seria mais um entre os milhares de blogs que as mamães fazem para os seus bebês se eu não tivesse ficado impressionada com a forma direta e desconcertantemente sincera com que ela narra, num dos tópicos, os horrores de viver na casa da sogra. Ugh. Bom, a história tá no blog, mas em resumo, não foi uma gravidez bem aceita pela família dele, apesar de se tratar de um relacionamento com mais de cinco anos e de duas pessoas adultas, ela 24 e ele 28. Daí para o mal-estar, desaforos e violência física foi um pulo.
Comecei a pensar (mais uma vez) na questão de planejamento familiar e de como esse é um interminável desafio para o ser humano. A nossa parca consciência nos faz saber de todas as implicações sociais, econômicas, emocionais e etc. que uma criaturinha pode trazer para a vida de um casal que, às vezes, procurava só um momento de prazer e satisfação do instinto animal, nada mais. Não acredito que filho é sempre uma dádiva. Pode ser um drama na vida de algumas mulheres e homens, tamanho o despreparo e inadequação do evento a determinados momentos da vida. Em alguns casos, seria melhor adiar ou mesmo cancelar o projeto, mas as escolhas nem sempre estão disponíveis.
Aí vem o lance da criatura. Acho que o Criador bem que poderia ter caprichado mais em alguns mecanismos biológicos, já que ele nos deu, entre outras coisas, a capacidade de escolha entre vida ou morte. Então, como um evento tão importante como a gravidez pode acontecer de forma tão, digamos, aleatória? [nem vou discutir a exclusividade das mulheres na geração de outros seres] Pois bem, eu tenho uma proposta para readequação desse mecanismo, para que ele seja completamente consciente e isento de falhas na sua realização.
Poderia ser um fruto que tivesse um simbolismo forte, como a maçã. A partir de agora, a maçã seria o fruto da reprodução. Para que pudessem embuchar efetivamente, homem e mulher deveriam comer, juntos, uma mesma maçã. Não haveria como engravidar de forma não planejada. O sexo ficaria destinado apenas ao prazer, à luxúria, ao consumismo puro e simples de sensações. Nada de contraceptivos, tabelas ou abstenção. A indústria farmacêutica teria que redirecionar sua produção para substâncias que potencializassem aquele prazer gratuito, pois o controle do corpo não seria mais um bom negócio. A China resolveria seus problemas com a natalidade. O plantio de maçãs revitalizaria a economia mundial. Homens e mulheres poderiam dormir e acordar tranquilos, não haveria mais sobressaltos na formação de novos seres humanos.
Concepção natural, simples e gostosa. O casal decide que vai ter um bebê, come maçã, espera o resultado e comemora oferecendo uma deliciosa torta de limão (maçãs deveriam ser usadas com moderação) e champanhe para brindar a encomenda de um novo rebento. Claro que haveria o risco de uma gravidez induzida, no caso do parceiro mal-intencionado oferecer algum prato com maçã oculta ao outro desavisado. Talvez a maçã precisasse ter um alarme ou talvez o lance só deveria funcionar com a maçã 'in natura' e complementando-se o ritual com um pacto de sangue, daqueles que a gente faz quando é criança, furando e juntando os dedinhos. Não sei. Isso evitaria que o parceiro dopasse o outro na hora de comer maçã, mas não impediria o uso de hipnose para consumação do golpe da barriga. Nesse caso, talvez fosse necessário estabelecer um contrato, assinado por testemunhas, de que ambos escolheram comer a maçã de forma consciente.
Talvez seja melhor deixar como está.
Normalmente feliz
Sabe quando sua vida está tão doida, tudo tão fora do lugar e você pensa tão diferente da maioria que dá medo de ser normal?
Era assim que eu me sentia, há algum tempo atrás.
Todos os meus relacionamentos recentes vinham sendo tão atípicos, que eu me sentia culpada por, de repente, ter um relacionamento "normal", careta e apaixonado. Toda paixão tinha que ter um pouco de desequilíbrio, loucura, perversão, dor, medo. Eu não deveria depender dos amigos. Eu sabia viver sem família. A cidade poderia ser sempre estranha pra mim.
Não fiz terapia, mas a vida foi me mostrando que poderia ser diferente. Ou que, ao menos, eu poderia tentar algo diferente. Um amor tranquilo, férias em julho, a paixão monogâmica, o prazer descomplicado, projetos simples, gatos de estimação, cenas de ciúme, supermercado e vinhos do Vale São Francisco. A vida pode ser deliciosamente previsível.
Nando Reis sabe.
Eu hoje mesmo quase não lembro que já estive sozinhoque um dia eu seria seu marido, seu príncipe encantadoter filhos, nosso apartamento, fim de semana no sítioir ao cinema todo domingo só com você do meu lado...Mas tudo que acontece na vida tem um momento e um destinoviver é uma arte, é um ofíciosó que precisa cuidadopra perceber que olhar só pra dentro é o maior desperdícioo teu amor pode estar do seu lado...