Bisbilhotando (como sempre) no Orkut, cheguei a um perfil que me levou a um blog, o
Miguel, Meu Anjinho. Seria mais um entre os milhares de blogs que as mamães fazem para os seus bebês se eu não tivesse ficado impressionada com a forma direta e desconcertantemente sincera com que ela narra, num dos tópicos, os horrores de viver na casa da sogra. Ugh. Bom, a história tá no blog, mas em resumo, não foi uma gravidez bem aceita pela família dele, apesar de se tratar de um relacionamento com mais de cinco anos e de duas pessoas adultas, ela 24 e ele 28. Daí para o mal-estar, desaforos e violência física foi um pulo.
Comecei a pensar (mais uma vez) na questão de planejamento familiar e de como esse é um interminável desafio para o ser humano. A nossa parca consciência nos faz saber de todas as implicações sociais, econômicas, emocionais e etc. que uma criaturinha pode trazer para a vida de um casal que, às vezes, procurava só um momento de prazer e satisfação do instinto animal, nada mais. Não acredito que filho é sempre uma dádiva. Pode ser um drama na vida de algumas mulheres e homens, tamanho o despreparo e inadequação do evento a determinados momentos da vida. Em alguns casos, seria melhor adiar ou mesmo cancelar o projeto, mas as escolhas nem sempre estão disponíveis.
Aí vem o lance da criatura. Acho que o Criador bem que poderia ter caprichado mais em alguns mecanismos biológicos, já que ele nos deu, entre outras coisas, a capacidade de escolha entre vida ou morte. Então, como um evento tão importante como a gravidez pode acontecer de forma tão, digamos, aleatória? [nem vou discutir a exclusividade das mulheres na geração de outros seres] Pois bem, eu tenho uma proposta para readequação desse mecanismo, para que ele seja completamente consciente e isento de falhas na sua realização.
Poderia ser um fruto que tivesse um simbolismo forte, como a maçã. A partir de agora, a maçã seria o fruto da reprodução. Para que pudessem embuchar efetivamente, homem e mulher deveriam comer, juntos, uma mesma maçã. Não haveria como engravidar de forma não planejada. O sexo ficaria destinado apenas ao prazer, à luxúria, ao consumismo puro e simples de sensações. Nada de contraceptivos, tabelas ou abstenção. A indústria farmacêutica teria que redirecionar sua produção para substâncias que potencializassem aquele prazer gratuito, pois o controle do corpo não seria mais um bom negócio. A China resolveria seus problemas com a natalidade. O plantio de maçãs revitalizaria a economia mundial. Homens e mulheres poderiam dormir e acordar tranquilos, não haveria mais sobressaltos na formação de novos seres humanos.
Concepção natural, simples e gostosa. O casal decide que vai ter um bebê, come maçã, espera o resultado e comemora oferecendo uma deliciosa torta de limão (maçãs deveriam ser usadas com moderação) e champanhe para brindar a encomenda de um novo rebento. Claro que haveria o risco de uma gravidez induzida, no caso do parceiro mal-intencionado oferecer algum prato com maçã oculta ao outro desavisado. Talvez a maçã precisasse ter um alarme ou talvez o lance só deveria funcionar com a maçã 'in natura' e complementando-se o ritual com um pacto de sangue, daqueles que a gente faz quando é criança, furando e juntando os dedinhos. Não sei. Isso evitaria que o parceiro dopasse o outro na hora de comer maçã, mas não impediria o uso de hipnose para consumação do golpe da barriga. Nesse caso, talvez fosse necessário estabelecer um contrato, assinado por testemunhas, de que ambos escolheram comer a maçã de forma consciente.
Talvez seja melhor deixar como está.
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