Uma semana na terra do Presidente (argh), nenhuma foto e algumas descobertas.
Em Garanhuns, eu resolvi fazer uma espécie de circuito religioso-gastronômico (hehehe), chegando lá alguns dias antes da muvuca do Festival de Inverno. Pois bem, guiada por alguns sites de turismo, conheci o lado fortemente católico dessa cidade do Agreste Pernambucano.
Dois Cristos, um no Morro Magano, a mais de 1.000 metros de altitude, com direito a vista deslumbrante do lugar; o outro, no Caluminho, com passos do calvário marcadas com bonitas pinturas em pedra feitas por artistas locais. O Santuário Mãe Rainha fica também num morro, lugar meio místico de tão silencioso, e não dá pra entrar na linda capelinha sem rezar. Mas o melhor da parte religiosa fica no centro, o Mosteiro de São Bento, onde monges beneditinos (dãaaa) entoam aqueles cânticos lindos e eu, encantada, assisti à missa diária praticamente todos os dias em que lá estive. Na lojinha, os trabalhos produzidos pelos monges, eu me enchi de colares e pulseiras com símbolos sagrados que desconhecia. Saí de lá quase freira.
O roteiro gastronômico é modesto, o que não poderia ser muito diferente numa cidade de pouco mais de 120.000 habitantes. Optei pelos restaurantes mais simples, que eu imaginei serem frequentados pela população local, em detrimento daqueles mais "finos", preparados para receber as pequenas multidões trazidas pelo FIG. A Buchada do Gago é imbatível. Apontada pelo Guia Quatro Rodas como uma das melhores buchadas do país - informação que só poderei confirmar depois de uma das próximas viagens, ao sertão - é realmente impecável no tempero, frescor e fartura dos pratos. Cerveja geladíssima mais ambiente sem frescura = fomos lá quase todos os dias. No mais, galinha à cabidela no boteco chamado Galinha Caipira e outras incursões alimentares da pesada. :)
O público do Festival parecia crescer em progressão geométrica, por isso gostei mais da abertura na quinta-feira, apenas com atrações pernambucanas e público menor do que nos dias que se seguiriam. Não demorei muito a perceber o plano de ação para o Festival: leva-se o vinho e taças (no meu caso, canecas de alumínio compradas num mercado público, antigo sonho de consumo) e nada de tentar se deslocar para comprar bebidas ou qualquer outra atividade que não seja urgentíssima. Fica meio difícil ir de um lugar a outro e não há vendedores ambulantes, não sei por que.
Mas a parte cômica fica por conta do exagero do público no uso e abuso das roupas de frio. Cachecóis pesados, casacos enormes, gorros e (hã?) luvas num "frio" que não chega a 15 graus. Fiquei de camiseta e casaco na mão, para horror dos ursos polares lá presentes. Mas eu entendo, vale tudo para tirar aqueles roupões do fundo do armário, o que no Litoral é impossível em qualquer época.
Como saldo de viagem, me redimi da heresia de ainda não ter assistido a Cinemas, Aspirinas e Urubus, trouxe boas lembranças e uma gata persa de cinco meses por quem me apaixonei à primeira vista. Fotos da linda em breve, aqui mesmo.
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