São duas gatas, duas histórias diferentes.
A preta, Belinha, na verdade pertence(ia?) à minha vizinha que mal conheço. Começou a frequentar meu apartamento aos poucos, como não quer nada, usando a típica sutileza que só os gatos sabem ter. Eu, que nunca havia convivido antes com um felino, fui conquistada pela pretinha. Ela é completamente independente, mas sabe se fazer presente; é quieta, mas faz bagunça quando quer; é cômica quando entra nos armários ou qualquer outro canto escuro com portas; é antipática quando reclama por ter que ficar embalada como um bebê nos meus braços. Além do mais, é rebelde, pois ignorou solenemente todos os chamados da (ex-)dona para que voltasse. Aprendi com Belinha como é a vida de um gato, a preguiça sem culpa, o uso economicamente correto das garras e que até carinho tem limite. Não deu outra, me apaixonei pelos ronronantes.
Com Bunita, a história foi outra. Ela estava à mostra numa daquelas jaulinhas de uma clínica veterinária em Garanhuns. Olhei a carinha, percebi a vivacidade, notei a carência. Tive certeza que precisava ter aquela gata aqui. Bunita é dócil e impaciente ao mesmo tempo, foi arisca com Belinha e agora usa de uma elegante indiferença no trato com a colega de espécie. Mas tem uma carência que parece interminável quando afunda a cabeça em minha mão, à procura de carinhos. Estou tentando conhecer melhor as suas facetas felinas. Mas já estou apaixonada.
Aliás, gatos são mesmo a minha nova paixão. :)
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