Ela chegou, a velha conhecida, companheira de outras jornadas. Confesso que tentei muitas vezes driblar essa amiga em trajes de inimiga. E até consegui, durante algum tempo, ora com discrição, ora usando da força.
Mas ela sempre esteve lá, à espreita do melhor momento. Vez por outra aparecia, dava um sorriso discreto, me convidava para dançar. Eu fingia que não percebia o jogo de sedução.
Sedutora, assustadora. Musa de várias canções, combustível de vários poetas. Sem saber como lidar, num momento de distração minha, ela definitivamente chegou. Não sei se é pra ficar.
Sem mais armas para lutar, e querendo conhecê-la mais um pouco, simplesmente puxei uma cadeira e convidei a solidão para tomar um café comigo.
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