Nem é novidade em Recife, mas deu saudade e eu tenho ouvido muito a Música Passional Brasileira do Tanga de Sereia. Aqui, o clipe da música 'o homem do gás'. =D
Com o tempo, a mulher sabe distinguir entre um homem temperamental, passional e sanguíneo e um desequilibrado psicótico. Essa é, em tese, uma das vantagens da maturidade.
Mas se o psicótico em questão é o Mr. Brooks, hein?
Nem a maturidade ajuda quando se trata de aceitar o Kevin Costner como um assassino em série.
Mudei o nome do blog. Primeiro, pra evitar buscas desavisadas pelo ex-título, eu já estava me sentindo uma enganadora. Depois, por que há tempos este espaço deixou de ser fuga. Virou um blog oficial, com direito a papel timbrado e número de tombamento. E revisão com autocensura. É um blog chapa branca. Eu escrevo pouca coisa que não escreveria assinando com meu nome real. Para assuntos sem censura, tenho mais três blogs perdidos por aí, não oficiais.
"Aquele que considera" a saudade Uma mera contraluz que vem Do que deixou pra trás Não, esse só desfaz o signo E a "rosa também" [Caetano Veloso]
Saudade de coisas que doem como se nunca mais fossem voltar a acontecer. E alimento a saudade, que me faz enxergar o presente. E sufoco a saudade, que tenta desenhar o futuro.
Saudade do que sei que JAMAIS será como antes. Como a minha cidade, como a voz dele, como a alegria ingênua. Mas não brigo com a saudade. Também não somos amigas.
Às vezes eu simplesmente deixo as lembranças chegarem, geralmente ouvindo uma música, em silêncio, aquele silêncio de quem não tem medo de pensar.
Mas na maior parte das vezes, eu tento subestimá-las para que não se tornem maiores do que o que eu tenho em mãos.
Eu e ela, a saudade, sabemos que as lembranças são maiores que o presente. Talvez maiores do que foram quando eram acontecimentos.
Esta semana eu assisti na TV e li nos jornais o horror dos horrores: pai e madrasta esquartejaram dois filhos na Grande São Paulo. Notas rápidas e nenhuma comoção, afinal, nem é o caso da garotinha classe média que foi atirada pela janela pelo pai não menos classe média. Tratam-se de dois garotos pobres e sistematicamente agredidos ao longo de suas vidas que, ao final, foram tomadas de maneira bárbara. Denúncias, pedidos de socorro e avisos aos órgãos públicos que têm por responsabilidade proteger crianças - tudo inútil.
Lembrei do caso que eu contei aqui, da minha vizinha louca e de seu pequeno filho/vítima, que eu nem conheço. Liguei inúmeras vezes para aS políciaS, civil e militar, Conselho Tutelar, Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente. Nada, absolutamente nada aconteceu. Chamei o 190 numa noite de terror, em que a criança gritava por socorro. Tive que descer e ir me explicar para os policiais, como se eu fosse a criminosa.
Nunca me senti tão impotente diante da violência. E tão frustrada. E tão indignada com o abandono completo de crianças em situação de violência doméstica. Meu último recurso, fim de linha, antes de providenciar a minha mudança, pois o que os olhos não vêem etc., foi formalizar uma reclamação junto ao Condomínio. Na última das hipóteses, eu não era mais uma cidadã que não quer presenciar cenas de violência diária contra uma criança, mas uma moradora incomodada com a gritaria.
E foi quando tudo se resolveu. Diante de uma ameaça expressa de despejo, a loucura e o descontrole da vizinha arrefeceram. E ela parou de agredir a criança. E a paz voltou a reinar. E eu posso dormir em paz.
No meu país, o Condomínio do Bloco Z funciona melhor que as instâncias públicas de proteção da criança.
A pessoa que te ferrou um dia, há muito tempo atrás, está mal. Você sabe por amigos comuns, as pessoas falam nisso como se fosse redenção. Tudo leva a crer que ela está pagando, ponto a ponto, as maldades de outrora. Ótima oportunidade para se deleitar, sorrir do algoz caído. Mas tanto tempo passou, tantas coisas aconteceram e tudo mudou, que a satisfação esperada não vem. E você não sente nada, nem alegria, nem compaixão.
Alguns sonhos adolescentes se transformam em promessas. E eu prometi a mim mesma que assistiria a um show da Madonna, um dia.
Depois de 15 anos, a rainha do pop volta ao Brasil. Dessa vez, tudo conspira ao meu favor: moro mais perto do eixo Rio-Sampa e meus rendimentos já me permitem cumprir certas promessas comigo mesma.
O que faltava para o feito, não era muito : persistência e internet rápida.
Depois de mais de 16 horas de tentativas em dois dias, uma madrugada sem dormir e um pedido de desculpas do site de vendas de ingressos, que está em manutenção, chego à conclusão que falta mais para o bilhete premiado: é preciso fazer parte de um grupo de muito sortudos ou de loucos que passam dias à espera numa fila.
Eu já sabia um pouco sobre Sex and the City - o filme, antes mesmo de assistir. Vendo o filme, tive certeza de minhas impressões preliminares, sobre uma certa deturpação das personagens que eu conhecia no seriado. Menos independentes, mais caretas, muito previsíveis. Confesso que assisti ao filme com um pouco de má vontade. Clichê demais.
Mas no final, no encontro de Carrie e Big, lá estava eu me debulhando em lágrimas.
Então eu tive certeza que nós, mulheres, temos um chip implantado ao nascer, que nos faz emotivas e vulneráveis a histórias açucaradas.
Quanto ao filme, é claro que quem curtiu o seriado, não pode deixar de ver.
Para evitar rachaduras nos lábios, batom líquido de manteiga de cacau. Contra o ressecamento das lentes de contato, colírio lubrificante. Para colorir o rosto, batom Payot nº 69. Em momentos de desequilíbrio emocional, floral de emergência. Canetas de diversas cores, algumas com glitter, por que gosto do brilho que lançam sobre o papel. Moedas, muitas. Carteira e, mesmo assim, documentos soltos. Papéis com anotações que eu talvez vá usar. Cartões e panfletos de estabelecimentos que eu talvez volte a precisar. Receita médica, remédios que eu sempre esqueço de comprar. Talão de cheques. Comprovantes de compra: posto de gasolina, restaurante, boteco, cabeleireiro, tantos. Óculos de sol e pente. Crachá e isqueiro.
Ainda assim, minha bolsa parece mais organizada que minha cabeça.