Apagou todos os e-mails dele, inclusive os que estavam na pasta 'mensagens enviadas'. Esvaziou a lixeira em seguida, não sem uma certa dor. Classificou o endereço dele como spam, assim qualquer possível mensagem iria direto para o lixo eletrônico e ela nem se daria ao trabalho de ler.
Destruiu o blog que ele tinha montado para ela, sem ao menos copiar os textos preferidos. O site pergunta pateticamente: "tem certeza que quer apagar este blog?" Ora, claro que sim, ela não queria deixar rastros de nada que tivesse passado pelo teclado dele. A essa altura, a raiva já tinha refreado as lágrimas.
Deletou scraps do Orkut, um a um, os dele para ela e vice-versa. A emoção quase voltou a tomar conta quando viu aquele scrap de cumprimento pelo aniversário, tão gentil e espirituoso. Ah, para não esquecer, pediu 'ignorar usuário', assim ele não poderia mais escrever mensagens para ela naquele site.
Implacável, excluiu o nome dele da lista de contatos do MSN. Antes de excluir, bloqueou aquela pessoa, também. Excluiu o contato até da lista de bloqueios, para não correr o risco de retorná-lo para a lista de permissões, num momento de fraqueza. Nessa hora, cansada e desiludida, chorou.
Ela foi traída, não seria a primeira, nem a última. Deveria ter rasgado cartas e fotos, ou batido o telefone na cara dele, ou devolvido bichinhos de pelúcia. Mas em tempos de internet, até o fim de um grande amor é virtual.
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