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Estado de Coisas

domingo, outubro 09, 2005
A Menina Chata










A Menina Chata pensa: "agora eu vou olhar pra cima, como a Tia Lucrecia pediu, só para irritar o pessoal que está no cinema..."


Na maioria das vezes, a opinião da crítica especializada é determinante para o que eu NÃO irei assistir, mas também para o que eu PRECISO ver no cinema. Tem sido assim sempre e, na maioria das vezes, acertadamente.

A Menina Santa foi uma das exceções. Fui assistir ao filme, empolgadíssima, ontem, depois de ler várias matérias elogiosas, especialmente essa aqui. Decepção. O filme tem uma narrativa lenta [chata], uma história fraca [boba] e a atriz que interpreta a menina tem uma atuação confusa [ridícula], com um tal de olhar para cima, que eu não sabia se era um olhar pidão, aflito, temeroso ou simplesmente estrábico. Para me conformar com relação ao ingresso caro, disse a mim mesma que valeu pelo tema polêmico, de abordagem inusitada [mentira, Má Educação é muito melhor].

Não foi meu primeiro erro induzido pela crítica cinematográfica. Encontros e Desencontros e Filme de Amor também se revelaram como ilusão à primeira cena. No segundo, eu tive que me controlar para não sair da sala, como fez metade da platéia, por que tenho um juramento comigo mesma de jamais abandonar filmes à própria sorte. Mas que ele merecia, merecia.

Conforme prometido, aqui está a réplica:

Uma cena que me deixou a pensar foi aquela em que a amiguinha da dita cuja fica se amassando com um amiguinho sobre a cama da avó. E, durante o suposto 'ato', ela fica dizendo a ele: "Não fale comigo! Não fale comigo!"

A questão é: Por que ela dizia isso?
Minha (estranha) opinião: Ciente da coisa imprópria que estava realizando, ela tentava escapar da presença de uma testemunha do seu ato. (Como se fosse possível isolar o pênis do moçoilo do restante de seu corpo, incluindo o cérebro, sei lá?)
Ou talvez, estivesse tentando se esquivar do registro da voz dele em sua memória?
Ou ainda, estivesse achando que se não ouvisse os gemidos de prazer dele, talvez conseguisse se redimir um pouco dos remorsos. Como se o principal motivo da proibição (de fazer sexo) fosse o prazer. Algo semelhante à cultura japonesa, na qual – pelo menos é o que se dá a entender – é anti-ético que a mulher sinta prazer durante o ato sexual. O que explica(ria) a expressão de choro que elas fazem durante.  

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E agora, um comentário mais dirigido ao que vc escreveu, Flor:

De fato deu vontade de sair no meio da sessão. O que me segurou foi... ou melhor, foram o (alto) preço pago no ingresso – que me induz a usufruir ao máximo do que paguei, até onde eu consiga – e a incansável esperança de que a coisa ainda fosse melhorar.

" Quem sabe depois dessa cena...

Ou talvez, uma revelação surpreendente daqui a pouco...

Ou uma cena um pouco mais picante...

Um assassinato, talvez?

Exorcismo?

...

... e quando vai ver, o filme já acabou. Tão despretensioso quanto começou. As luzes do recinto começam a se acender... as pessoas entreolham-se, perplexas. "Esse é o filme que a crítica tanto elogiou mesmo?", devem estar se questionando. E, lentamente, vão se levantando de suas poltronas e caminhando para a saída. E sem olhar pra trás.

Muitos devem ter se arrependido de não terem ido assistir à "Fábrica de chocolate". Ou a qualquer outra coisa hollywoodiana. Talvez não fosse tão ruim...


( E aguardo sua tréplica )  

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Ai, amiga, eu gostei de Lost in Translation (Encontros e Desencontros). Mas assim, de verdade, que até comprei o DVD. Ok, agora pode me bater.
:)
Um beijo.  

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Encontros e Desencontros é bom, sua herege! Hunft!  

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Ah, aquele estranho "não fale comigo" e, ainda, o fato de que ela diz "só quero ter relações depois do casamento" antes da primeira vez em que eles aparecem transando - contradição. Bom, acho que tem a ver mesmo com a separação corpo - mente, como se o sexo fosse uma experiência apenas física para ela naquele momento, o que também deve eliminar ou diminuir a culpa, suponho. Mas o filme tem várias passagens inúteis, aproveitando o seu comentário. E pensar que eu deixei de ver Hotel Ruanda!

Por falar em passagens inúteis e aos fãs de Encontros e Desencontros, por favor, expliquem-me: o que é mesmo que ela cochicha no ouvido dele, ao final do filme??? Além dessa cena antipática, eu lembro apenas que eu estava impaciente para ir embora. Graunfffff!!!  

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Dor de barriga não é desculpa pra não gostar de filme (8)



ou é? :O

Otaner  

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Dor de barriga não, mas eu estava com tosse de cachorro quando assisti ao filme.

Bah, mas não foi por isso!!!

Ou foi? :O  

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