A vida poderia ser mais fácil, mundo mais colorido e dias mais singelos se eu não tivesse o péssimo hábito de esquecer:
* o celular em casa
* confissões importantes que os namorados me fazem em momentos de intimidade
* títulos de filmes legais recomendados pelos amigos
* data da última menstruação
* desligar o estabilizador antes de dormir
* aniversários de pessoas queridas
* o meu carro na quadra comercial perto aqui de casa (sim! :-o )
* a ordem correta das as principais causas de mortalidade e morbidade do país
* quando usar [ou não] o hífen
* o sobrenome do meu melhor amigo de faculdade, única chance de encontrá-lo no Google
* a história completinha da Insurreição Pernambucana
* onde eu guardei a única chave-de-fenda aqui de casa.
E tem o que eu quero-preciso esquecer - nem que seja para liberar espaço na memória - e não consigo:
* valores de referência em análises clínicas
* os jingles das campanhas de Miguel Arraes, em 86 e José Serra, em 2002
* todas as canções da Turma do Balão Mágico
* o ciclo biológico de vários parasitas
* o dia em que conheci meu ex-marido
* poesias esdrúxulas que escrevi na adolescência
* velhas mágoas
* o número do CEP de meu endereço em Pernambuco
* as doenças relacionadas à deficiência das principais vitaminas
* amores mal resolvidos
* os muitos hinos das trezentas diferentes igrejas que frequentei com minha eclética família.
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