Eu sei bem o que quero, mas só por eliminação.
Eu não quero a cama fria, mas também não quero a solidão a dois. Não gosto da violência da metropóle, mas quero de novo mergulhar em tudo que é mar. Não quero a orgia interminável, tampouco a prisão da monogamia. Não gosto de falar e nem quero o isolamento. Perco a paciência com os cachos dos meus cabelos, mas não consigo pensá-los lisos todo o tempo. Quero ser amada, mas não represada.
Caminho - fio da navalha - entre lançar fora o que eu não quero e agarrar forte o que me é possível.
Pelo direito de exagerar e querer tudo.
Pela possibilidade de chorar alto.
Pelo mau humor, cara fechada e livre resmungar.
Pelo amor tranquilo e pela troca de casais.
Para que o Carnaval dure o ano inteiro.
Manifesto.
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