Recife muito perto de mim, pela primeira vez desde que cheguei à cidade psicopata. Voltar para Recife já foi possibilidade remota, repulsa, meta, sonho, e agora é projeto em andamento. Que o Santo Protetor dos Forasteiros Revoltados em Brasília olhe por mim. E que Nossa Senhora das Pessoas que não Aprenderam a Circular nas Tesourinhas Após Três Anos na Cidade seja clemente comigo. Esta cidade não é a minha, eu aqui nem sou eu. Vou começar a preparar a carta de despedida, espero entregá-la o quanto antes aos
Dois Candangos, tadinhos, nunca conseguiram voltar...
"Querida Bras-ilha,
Lamento te deixar de forma tão pouco pesarosa. De forma quase desesperada. Eufórica. Convenhamos, você também não deve estar tão sentida assim pela minha quase partida. Hospitaleira no início, indiferente depois e agora quase áspera, você deve estar mesmo é cansada das minhas intermináveis reclamações: ora é o clima, ora são as pessoas, ora é tudo. E o meu banzo sem fim. E o evidente declínio do meu tesão pelo Parque da Cidade, outrora denominado 'minha praia em Brasília.'
Ah, cidade menina maluquinha...
Ah, cidade que faz da minha 'um sonho feliz de cidade'...
Ainda é cedo para uma despedida definitiva, mas talvez seja tarde para uma reconciliação..."
[a carta será concluída em futuro próximo...]
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