Eu temia que ele fosse recatado demais para mim. Achava que era depravada um tom acima para ele. Mas, ah, ele sabe tratar uma mulher, sabe como fazer feliz essa cabeça complexa e povoada por impulsos estrogênicos.
No início, desacostumada que estava, até estranhei aquelas delicadas declarações de carinho e admiração. Fiquei preocupada, ora bolas, que mulher não ficaria?! Um homem que antes, durante e depois do amor me diz palavras doces... Talvez eu fosse pervertida demais para ouvir aquilo.
Mas logo percebi que, além das palavras doces, havia o abraço apertado. A boca que se entrega a mim e me toma, ao mesmo tempo. A delícia dos cheiros, todos eles. A ausência de premeditação, pois planejar o sexo é aniquilar o que ele poderia ter de melhor. E o desejo, de sentinela a qualquer hora da madrugada.
Deve haver mais e eu quero descobrir. Saber dos limites do outro requer atenção e cuidado. É temeroso e fascinante adentrar nesse território do outro. E cruzar esses limites com os meus, ainda sob investigação. Algo me diz que algos podem acontecer. E há idéias que me incendeiam, sempre.
Parafraseando os próprios: um cavalheiro na mesa e um puto na cama, é o que todos os homens deveriam ser.
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