A história:
Pessoa que conheci durante o Curso de Formação do último concurso público do qual participei. Interessante, bem-humorado, conversamos uma tarde inteira, durante a aula. Inventamos brincadeiras e apelidos para os colegas mais chatos. Um fofo. Não nos vimos mais.
A chance:
Encontro da instituição onde trabalho, todos agora já novos colegas de trabalho. Procuro por ele. No segundo dia, lá está ele, o mesmo fofo, agora sem barba. Comento com o meu amigo, espero ele passar, olho na direção dele. Nada, acho que nem me reconheceu. Buáaaaaaaaaaaaa... Meu amigo me consola.
A missão:
No último dia do Encontro, sem oportunidades para falar com ele, resolvo partir para uma estratégia mais agressiva. Falei para o meu amigo que a paixão platônica agora era ponto de honra. Meu lado adolescente falou mais alto. Eu tinha que conquistá-lo. Às armas.
O plano:
Certo, certo, eu estava [como todos no Encontro] dispersa demais. Daí para bolar, como diz o Cebolinha, um 'plano infalível', foi um pulo.
1. Eu escrevo um bilhete com o seguinte conteúdo: 'oi, Antonio, achei você muito interessante, desde o Curso de Formação. Espero que possamos conversar mais, algum dia. Beijos.' Anônimo, lóoooooogico.
2. Meu amigo entrega, em total sigilo, o bilhete ao amigo de Antonio.
3. Dias depois, Antonio pergunta discretamente ao amigo quem enviou o bilhete.
4. O amigo de Antonio repassa a pergunta ao meu amigo.
5. Meu amigo conta que fui eu.
6. Antonio me procura, confessa que sempre foi apaixonado por mim e que está feliz por, finalmente, encontrar a mulher da vida dele.
7. Eu e Antonio nos beijamos apaixonadamente. A cortina desce.
8. Aplausos.
Como tudo aconteceu, depois de eu ter fornecido cada passo do plano ao meu amigo:
1. Eu escrevo um bilhete com o seguinte conteúdo: 'oi, Antonio, achei você muito interessante, desde o Curso de Formação. Espero que possamos conversar mais, algum dia. Beijos.'
2. Meu amigo entrega o bilhete ao amigo de Antonio e comenta: 'é a que está sentada ao meu lado.'
3. O amigo entrega o bilhete a Antonio num roda de mais quatro pessoas, pelo menos. Todos voltam-se para a nossa direção.
4. Pergunto ao meu amigo se ele comentou sobre mim e ele diz: 'claro, você não falou que eu podia contar?!'
5. Eu penso em enfiar minha cara embaixo da cadeira, mas pondero que isso talvez chamasse mais a atenção.
6. Passo os últimos momentos do Encontro escoltada por duas colegas e sem olhar mais na direção do Antonio, embora ele olhe para mim por várias vezes [hohohoho], segundo minhas seguranças particulares.
7. Penso em matar meu amigo. Desisto.
8. Fujo do Encontro Anual do Meu Trabalho, de minhas seguranças e de tudo o mais.
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