Com vontade de fazer nada.
Impotente e sem ânimo para o sexo.
Com preguiça das pessoas.
Tão alheia que nem meu chefe lindo me desperta desse estado letárgico.
Louca para empurrar aquelas pessoas que andam atrapalhando, bem na minha frente.
Comendo potes e mais potes de cereais, alimento no qual me viciei recentemente.
Insone.
Ansiosa.
São sintomas de que minha validade estive-em-Recife expirou. Não menos que um mês, não mais que três meses.
Faltam três insignificantes dias para minha próxima viagem a Recife, depois de três intermináveis meses. Chegarei num "domingo de sol e nebulosidade variada com pancadas isoladas de chuva, com probabilidade de chuva de 70%" segundo o site Clima Tempo. Humpf, quem se importa?!
O fato é que, à exceção do Carnaval, tem sempre uma lista-de-coisas-para-quando-eu-estiver-em-Recife, cumulativa e infindável. A parte fixa inclui comprar CDs e comidas gostosas, encontrar amigos e dançar forró na Casa de Arlindo dos Oito Baixos. A parte variável inclui resolver problemas, ir no bar Entre Amigos - especializado em carne de bode, andar pelo centro da cidade, ir à praia, comer carangueijo, ir à Feira do Bom Jesus, ligar para um monte de pessoas, comprar artesanato e [novamente] dançar forró na Casa de Arlindo dos Oito Baixos. Tudo isso, é claro, depois de cumprir minha missão de trabalho, objetivo oficial, curtir meu lindo bebê e família, rever as tias e dançar na sala de casa com meus irmãos.
Só há uma maneira de cumprir todos os meus compromissos em Recife: voltar a morar lá.