A não-violência é um dos princípios básicos da ioga. Confesso que não tenho lido sobre ioga, deveria estudar e entender melhor, mas enfim... posso falar do que aprendi na prática sobre esse princípio, de como fui assimilando a idéia e hoje até consigo, aos poucos, transportar para outros setores de minha vida.
Na prática da ioga, cada postura tem diferentes níveis, do mais básico ao mais avançado. O próprio aluno é quem dá o tom, vai até o limite CONFORTÁVEL do corpo e nunca, em hipótese alguma, se permite sentir dor ou qualquer tipo de incômodo durante a prática. Avançar gradualmente e sempre. Não forçar, mas se esforçar. E usar da meditação - medir a ação o tempo inteiro.
Uma vez, falando sobre a não-violência, a professora questionou o seguinte: quem violenta a si mesmo, ao próprio corpo, o que fará com os outros, com o ambiente, com tudo o mais? "A mesma coisa", respondi eu. Não era essa a resposta. Quem violenta a si mesmo, faz ainda pior com o que está ao redor. Esse é o sentido da não-violência.
Bom, mas tudo isso me serviu para pensar um pouco mais, até onde vai a força, o esforço, onde entra a violência. Nas coisas pequenas, deixar de participar das confraternizações de trabalho que me irritam. Permitir a mim mesma fazer coisas que eu gosto, mesmo que isso implique em pequenos atrasos. Relaxar. E afastar as pessoas que não me fazem bem. Por que sou eu quem permito que elas me façam mal. E assim, quem faz o mal sou eu também.
Ioga é uma daquelas coisas que eu não sei como vivi sem até hoje. Uma lição a cada movimento. E, longe de ter me purificado ou me deixado zen, apenas tem desvelado coisas que eu me recusava a ver. A menos de um palmo do meu nariz.
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