Eu tentei deixar a emoção esfriar um pouco para falar da
Cachoeira Nossa Senhora do Rosário, em Pirenópolis/Goiás, onde estive na semana passada. Não consegui, pois todas as vezes em que me lembro do lugar sinto a mesma emoção de quando estive lá, que me torna incapaz de fazer qualquer descrição. Também não levei máquina fotográfica, nem fiz qualquer registro daquele dia. Prefiro deixar tudo assim, parecendo um sonho que eu de fato vivi.
Basta dizer que é um lugar no meio do mato MESMO, de difícil, muito difícil acesso e com entrada relativamente cara em relação aos demais atrativos da cidade. Isso torna a Cachoeira um lugar seletivo, com poucos visitantes e jeitão selvagem. Mais que a trilha até a bela Cachoeira do Rosário, plena de vegetação do cerrado, e a descida íngreme com quase 100 degraus de pedras, a Casa Sede é um encanto à parte. Feita de pedras e madeiras, a Casa tem um delicioso ar de ermida, própria para o ócio e uma certa devoção profana.
Eu disse que me sinto incapaz de descrever o lugar. Só sei que vi um pôr-do-sol dos mais emocionantes dali. E que aquele dia foi uma espécie de abdução da minha vida confusa que, embora não tenha me dado respostas claras, deixou-me com um sentimento de que eu não sou mais a mesma.
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