Estado de Coisas

Ando nostálgica, romântica, inquieta, saudosa, pensativa.

Ando nostálgica. Não exatamente querendo voltar ao passado, mas pelo sabor das coisas que ficaram. Se mudou ou não, e o que diria o meu desejoso paladar.

Ando romântica. Músicas, poesia, contos, palavras, tudo me toca. Sensível, a pele é a própria flor. Pequenas lágrimas que nem despencam. Fome de algum alimento para essa inseparável emoção.

Ando inquieta. Diferente de minha habitual secura, que não conhece lágrimas, nem dores, nem saudade, nem carência, essa inquietação é um buscar que nem sei o que. Inquietação pela invariabilidade das coisas, talvez mera vontade de voar.

Ando saudosa. É o querer tudo o que já foi dito, mesmo que em outras palavras. Saudosa do que seria, o que viria, quem me beijaria.

Ando pensativa. Pensando tudo sobre nada. Como num tipo de frenesi estático.

Preciso parar.

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Ah, quando me sinto guerreira, prestes a tomar das armas e ganhar um rosto que não é o meu, mergulho nua exaltação dourada, caminho pelas ruas sem endereço, como se a partir de mim, e através do meu esforço, eu devesse conquistar outra pátria, nova língua, um corpo que sugasse a vida sem medo e pudor. E tudo me treme dentro, olho os que passam com um apetite de que não me envergonharei mais tarde. Felizmente, é uma sensação fugaz, logo busco o sosorro das calçadas familiares, nelas a minha vida está estampada. As vitrines, os objetos, os seres amigos, tudo enfim orgulho da minha casa.
(Nélida Piñon, no conto I love my husband)

Partilho da sua inquietação, de uma forma incrivelmente similar... e imagino o porquê.

(a propósito, esse texto deveria ser reservado, pois é especial - acho que mereceria virar papel, junto com outros tantos, devidadmente encadernados, para que pudéssemos encontrá-los nas melhores livrarias).  

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Amiga, há tempos não venho aqui. Saudades! Apenas o tempo tem sido pouco para tantos afazeres. Hoje, com um tempinho de sobra, fiquei a visitar alguns amigos com quem estava em falta, principalmente você.

Atualizei a leitura e deixei um comentário em cada uma delas.

"Ando nostálgica, romântica, inquieta, saudosa, pensativa."

Acredito, amiga, que todos nós, em algum momento da vida, sentimo-nos assim, quase que perdidos em emoções e sentimentos meio indefinidos. Vivi algo assim, pouco tempo atrás, e pensei em parar com tudo, dar um tempo. Até o blog eu pensei em encerrar. Mas fui deixando o tempo passar... comecei a postar menos... e parece que agora as coisas estão chegando nos eixos (risos).

Faça o que seu coração mandar, meu anjo, pois ele é o melhor mentor.

Desejo que sua vida tome o rumo que lhe trouxer mais paz à alma e alegria ao coração.

Deixo beijos, sorrisos e flores, para enfeitar seus caminhos.

Te gosto muito, viu?  

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