Eu queria escrever uma mensagem construtiva e motivadora sobre os erros que cometemos na vida, mas hoje não dá. Só consigo dizer que bons estrategistas não erram, ou erram menos. Porque os erros nada mais são do que o resultado de um cálculo mal feito. No momento em que cometemos um erro (e ainda não sabemos que está tudo errado), vislumbramos um cenário ideal mais à frente, resultado da nossa ação naquele momento.
Pois bem, deu errado. Mas poderia ter dado certo, diria alguém. Poderia, mas não deu. E se não deu, é por que faltou a análise correta do componente X ou a projeção exata do componente Y. Alguém manipulou inadequadamente a fórmula e esse alguém sofrerá as consequências da imprecisão matemática. E é só isso. E o papel do acaso nessa história, não me perguntem. Há pessoas que fazem tudo (aparentemente) errado e conseguem bons resultados. Fruto do acaso? Pode ser, mas eu prefiro acreditar numa boa (mesmo que mal vista) manipulação de variáveis.
Porque atribuir tudo ao acaso é muito cômodo, mas frequentemente injusto. O nosso papel de matemáticos (ou melhor, estatísticos) com a possibilidade de racionalizar as siituações e medir as probabilidades é muito mais potente que a força do acaso. Sim, poderia ter dado certo, não fosse aquele pequeno engano na segunda fase do cálculo, ou não fosse aquela displicência em organizar a fórmula ao final. Paciência, não somos todos Oswald de Souza. Sigamos com os nossos rabiscos, tentando acertar as contas com o acaso.