Alerta: ninguém é suficientemente desiludido. É preciso alimentar continuamente a desilusão, pois estamos sempre (principalmente nós, mulheres) sujeitos à fantasia. Assim é que deixo alguns lembretes sobre o que lembrar na hora em que a ilusão tenta nos envolver com uma história que lembra aqueles velhos contos de fadas (os novos nem são mais assim):
Desconfie dos perfeitinhos:
Pessoas perfeitinhas são as que correspondem a todas as nossas expectativas. Parecem irreais, de tão exatas. E são. Ninguém deve corresponder ao nosso projeto, as imperfeições são necessárias e saudáveis. Das duas, uma (ou as duas):ela está mostrando ser o que não é ou está fazendo de tudo só para agradar. Em qualquer dos dois casos, é um péssimo sinal - má fé ou baixa estima.
Não amenize as imperfeições:
Sim, é um frágil equilíbrio. Porque quando as imperfeições aparecem - e isso às vezes tarda a acontecer - a gente tende a suavizar. Nada disso. É importante encarar a real gravidade da situação (sem alarmismo) e cortar o mal pela raiz, quando necessário. Os problemas que o outro traz consigo, sua bagagem, sua história - isso a gente não pode resolver.
Dinheiro é importante, sim!
Nada de "dinheiro não traz felicidade" ou "dinheiro é só pra nos fazer feliz". O desapego é virtude até certo ponto. E esse ponto é até quando não somos explorados por alguém. Dinheiro equilibra uma relação, dá autonomia e permite arranjos que tornam a vida mais fácil. Por isso, nada de deixar pra lá - exija um contracheque compatível à primeira apresentação.
Nível escolar é importante, sim!
Quando a gente se encanta, trata logo de fingir que não viu grafias como "desição" e "discupe". É um erro. Nível escolar, eu sei, é uma questão de educação formal. Eu sei, nem todos têm acesso. Eu sei, é ruim julgar as pessoas por isso. Mas isso pode trazer barreiras monumentais quanto à forma de processar informações e à leitura sobre a vida. Conhecimento é importante e eu acredito mesmo que ajuda - embora não determine - a formação do caráter.
Siga o instinto...
Desconfiou? Investigue, bisbilhote, pergunte e, o principal, DECIDA. Despreze essa ética sobre privacidade alheia, em nome de seu bem estar. Bote pra correr à primeira dúvida confirmada. Às vezes é necessário ser implacável, pequenas falhas inicialmente perdoáveis podem se revelar, logo mais, como problemas insolúveis.
Não tenha peninha:
De mandar embora, de botar pra correr, de mandar pastar. Tudo, claro, com muita elegância. Não perca a gentileza jamais, mas bote pra fuder (isso mesmo!). Acredite, tem gente que merece. Remoa por alguns dias e depois esqueça. Ou melhor, lembre-se: a maioria das pessoas é descartável mesmo.