Viver é basicamente não perder tempo.
Mas não me refiro à correria dos novos tempos, à indiferença com as pequenas coisas, à urgência movida a trabalho e dinheiro.
Viver é não perder tempo por que é preciso saber o tempo certo para cada coisa e lugar. Por que é preciso não se dedicar às pessoas erradas e por que é preciso valorizar cada pequeno presente e gesto que as pessoas amadas nos oferecem.
Saber o tempo certo não é cronometrar nem premeditar os encontros. É simplesmente saber a hora de ir embora, de estar livre para novas iniciativas. É não querer do tempo além do que ele tem a nos oferecer.
E sim, o tempo pode ser generoso, mas ao tempo de cada coisa e lugar, repito. E o tempo de cada pessoa. Não que as pessoas sejam descartáveis, mas saber parir, criar e guardar uma história bonita, sem que ela tenha que morrer, é um dom.
Mas as histórias também morrem e não há nada de errado nisso. Nem por isso deixam de ser histórias, nem por isso devem ser renegadas. Apenas desbotam. Com o tempo. E novas cores surgem em outros espaços. Esse é o milagre do tempo.
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