Aprendi com um imbecil de minha turma. Quando ele desconhece ou não compreende um tema, reage com indignação e classifica aquilo como "um absurdo!"
A cada explicação lógica e fundamentada nos preceitos legais, segue-se uma exclamação de revolta...
Professora explicando um artigo do Código Civil: pois é, mas o Código Civil foi elaborado assim pela necessidade de proteger o filho brasileiro de pais estrangeiros...
Imbecil: mas isso é um absurdo!
Professora corrigindo uma prova: sim, um quilo de ouro é um bem divisível, a questão está correta.
Imbecil: mas isso é um absurdo!
E assim, expressando ou fingindo indignação - vai saber! - ele parece querer dissimular sua condição de imbecil.
Mas ele nem está só. Não é difícil se deparar por aí com essa indignação que nada mais é que uma resposta fácil e imediata para a falta de senso crítico e de boas idéias. É um tipo de revolta nada produtivo, pois nem se dedica a analisar os fatos à luz da razão, tampouco a resolvê-los. Basta um grito, duas ou três frases preparadas e pronto - todos parecem cidadãos.
A expressão "isso é um absurdo", que parece tão exaltada, na verdade apenas justifica a falta de ação. Absurdo é o que escapa à razão e é, portanto, inclassificável e inatacável. Agindo assim, o imbecil e seus asseclas estão, na verdade, dizendo "eu sei que isso está errado, mas não sei por quê e nem quero saber, pra não ter que agir". O absurdo é uma ode ao imobilismo e à desinformação.
Que absurdo, não?
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