São Luís é agora a única capital do Nordeste que ainda não conheço. Nos últimos três dias, estive em Natal, disposta a conhecer o litoral mais comentado por 10 entre 10 garotões. Alguns diziam se tratar do litoral mais belo do Nordeste. Fui imaginando me deparar com quilômetros de paraíso, talvez por isso a decepção. Segue Natal, nua e crua, como jamais vista antes:
*música de suspense*
As cercasA primeira coisa que me impressionou foi a distância entre os pontos de acesso à praia. Nas cidades "comuns", o acesso é feito a cada quarteirão. Em Natal, são léguas e léguas de muros, condomínios, casas e hotéis que literalmente fecharam os portões da orla. Não há mesmo como passar nesses pontos, a não ser pela própria praia, caminhando (bastante) ou de buggy. A situação mais escandalosa é na praia de Areia Preta, onde hotéis luxuosos ocupam praticamente toda a orla, com cercas (!) e muros que impedem a passagem. Nunca pensei que praia pudesse se tornar propriedade privada de forma tão escancarada.
Para tomar um banho de mar, é necessário pular a cerca. Literalmente.
As ondasO mar é bravo, bravíssimo, na maioria das praias. Pra mim, que não gosto de banhos com sensação de alto-mar, foi difícil encarar a água. Só consegui isso na Praia dos Artistas, que tem pedras que formam um piscinão natural e, ao contrário do que o nome possa sugerir, é uma amistosa praia do povão no centro da cidade. Essa aí embaixo é Tabatinga, um paraíso deserto de onde, num mirante, pessoas como eu contam com a boa vontade dos golfinhos em darem seu ar da graça. Mas não, eles não apareceram.
Linda, né? É só pra olhar. :/Os passeiosAlugamos um carro para fazer os passeios tradicionais do estado. Ledo engano. A maioria dos passeios é monopolizado pelos "buggeiros" e guias turísticos. Eles estão por toda a parte, parecem se multiplicar como formigas, de forma que é impossível caminhar alguns passos sem ser abordado por um sorridente buggeiro/guia, essa irmandade que comanda a cidade com punho de ferro. As pessoas parecem não estar muitos disponíveis para dar informações sobre rotas, os mapas não trazem tudo, existe todo um misticismo em torno dos roteiros, que só um ser iluminado como um buggeiro/guia pode decifrar. Pelo preço módico de R$ 100/hora. Acreditem, eu preferi não conhecer determinados pontos.
A comidaA cidade tem uma quantidade impressionante de restaurantes requintados e caros. Os não-requintados solidariamente seguem a linha 'caros'. Mas isso é facilmente compreensível assim que a gente ocupa uma mesa: parecemos estrangeiros em meio a tanta gente de pele branca e idioma incompreensível. Os restaurantes são bancados por gringos. O atendimento é sofrível.
Quem deve irPessoas endinheiradas que gostem de praticar vela, pois o vento forte e ininterrupto deve facilitar esse esporte.
O que eu recomendoSinceramente? Eu recomendo conhecer o litoral pernambucano, de cabo a rabo.
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