Amanhã, 33 anos. Que parecem 12 , 21 ou 30.
E pensar que eu voltei para Recife há menos de um mês. É como se eu nunca tivesse saído, ou como se tivesse vivido num lugar distante, em algum passado remoto.
E pensar que ficaram para trás os enganos e paixões dilaceradas que pouco me acrescentaram, além de mágoas.
E pensar que achei que Brasília havia me ensinado tudo eu o que precisava saber: tenho tanto a aprender, algo a ensinar e muito a observar. Minha vida profissional, a capacidade de amar e uma certa auto-suficiência são inauguradas aos 33.
E pensar que eu algum dia decretei que jamais teria filhos novamente. Hoje quero alguns a mais, ver a vida se multiplicando ao meu redor.
E pensar que eu, completamente apaixonada, me recuso a morrer de amor por quem quer que seja. Às vezes racional demais, morro de amor à primeira possibilidade de perda.
Pensar em 33... é enxergar esse homem que me tomou pelas mãos e que me conduz, apesar de seguir meus passos. O homem que me sabe completamente dele, sem que eu precise confessar. O homem repleto de uma gentileza, força e mistério que me enchem de uma vontade medrosamente feliz.
E pensar que entre idas e vindas, conquistas e desafios, esse homem é o meu grande presente aos 33. Que não parecem 12, 21 ou 30.