Ela bem que fez o seu papel. No início, mostrou um certo ar de mulher-auto-suficiente-que-prefere-relações-fugazes-e-não-se-prende-a-ninguém. Foi quando ele falou em namorar com ela. Ahnnnn??? - ela esbravejou. Namorar?! Como assim?! Com quem você pensa que está lidando e... tá! Ela concordou.
Depois, seu comportamento instável que ninguém é obrigado a suportar, até por que às vezes nem ela mesma se suporta. Fica emburrada, se tranca na caverna e, em frente à telinha mágica do computador, ignora os seres humanos que tentam fazer contato. E ele apenas ficou ao lado, fazendo carinho e protegendo-a do frio, sem falar muito.
Aí ela desabou a chorar, por que estava muito carente e desacostumada a tanto carinho e desiludida com os homens e com uma puta saudade de casa. Ele esperou que ela chorasse todo o Rio Amazonas, novamente fez carinho e disse palavras ternas.
Pressentindo o risco, a menina passou a dar pequenos informes sobre o seu jeito incompreensível. Repetia como um mantra que 'eu sou muito complicada'. Complicada e perfeitinha - ele completou, e explicou que esse jeito meio doidinho (!) combina com ela (!), afinal de contas.
Depois ela passou a reclamar que estava se sentindo um pouco sufocada e reinvindicou que gostaria de fazer algumas coisas sozinha. Ele concordou e, com tranquilidade, sugeriu formas de ajustar relógios e calendários. A menina percebeu, assustada, que na verdade queria ele por perto a maior parte possível do tempo.
Entregou as armas e parou de se boicotar. Fechou os olhos e que seja. Dois desfechos possíveis [fracasso ou sucesso], com uma história [bonita ou feia] no meio do caminho - assim são os relacionamentos.
E foi assim que a menina que não sabia namorar se deu conta de que, tirando o medo do desconhecido, namorar é bom.
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