Como boa e incurável solteira, preparei as armas no Dia dos Desnamorados: vinho, almoço pernambucano, bons amigos igualmente solitários e... a vítima do Golpe do Bilhete, Antonio, pra quem leu o post. Diferente do que eu esperava, contrariando a minha expectativa de previsibilidade da cidade e do dia, hoje foi, o tempo inteiro, um momento especial.
Surpreendentemente, adorei a companhia de Antonio, o estar próximo, mesmo sem estarmos grudados como aqueles casais irritantes. Adorei ficar atenta a ele, servi-lo com vinho, conversar bobaginhas, apresentá-lo às amigas que ainda não o conheciam. A incerteza sempre toma conta de mim sempre que conheço alguém. No começo sou indiferente, fria, auto-suficiente, incrédula, um verdadeiro teste de paciência. Aos poucos começam os cálculos, a racionalização, as medidas, estimar a margem de erro. As lembranças maravilhosas e atormentadoras de histórias passadas, a falta de crença nas relações vindouras. Ficou quase impossível relacionar-se comigo de forma 'normal', nos últimos tempos. Para complicar ainda mais, me considero pervertida demais, um tanto irresponsável, mais inconsequente do que deveria, instável e inexplicável em alguns momentos.
O vinho e um cigarro especial durante o dia de hoje me ofertaram um lindo final de tarde. Continuo incrédula, ranzinza e um tanto pervertida, mas adorei receber um pedido de namoro. Nem sei se ainda se usa fazer esse tipo de convite [que eu adorei], mas o fato é que veio com uma certa nostalgia, uma certa ternura. E, bah, estou me lixando para o Dia dos Desnamorados, o pedido foi aceito!
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