Preguiça deste ano, que deu de acontecer num único mês: 2008 se resume a dezembro, para mim. Volta ao trabalho em regime de trabalho de gente normal, retomada das atividades físicas, perspectivas de mudança, decisões, tudo aos 45 do segundo tempo. Êeeeeeeee ano preguiçoso!
quem liberta o furacão desamarra o mar da praia desarruma o rumo, entorta o prumo, erra sem destino, amor quem desata o céu da terra, desfere a flecha, rasga o ar tira a luz da treva, razão aterra, erra, desatina, amor quem move o mundo apenas sendo sentimental sentimental
quem me tira o chão dos pés e movimenta as marés, quem semeia o pé de vento do pensamento, erra sem destino, amor desintegra o grão na terra, desagrega o coração, tira o véu dos olhos, desperta os poros, erra, desatina, amor quem move o mundo apenas sendo sentimental sentimental
quem desarrazoa, quem? abraça o raio, arrasta o rio, quem? avassala o medo, repete o erro, erra sem destino, amor faz qualquer coisa de mim, quebra a pedra com seu sim, arrepia o pelo, derrete o gelo, erra, desatina, amor quem move o mundo todo sendo sentimental sentimental
Quem liga... se ele nem é brasileiro se não estará conosco no próximo campeonato se pega o carro e sai por aí feito louco se tem orelhas de abano engraçadas se cometeu umas gafes por aí...
Acosta é o melhor atacante, segundo a CBF, jogando pelo Clube Náutico Capibaribe, esse time valente que foi injustiçado desde o início e esteve por tanto tempo próximo da degola. Continuamos na primeira, tivemos Acosta e, de quebra, festa contra o Flamengo na despedida.
Desde cedo, eu tenho uma séria mania de protelar sutilmente as coisas, sejam bobas ou importantes. É como se eu esperasse que, de alguma forma, elas se resolvessem por geração espontânea. Por isso acabo atrasando pagamentos, deixando para amanhã decisões importantes e adiando descobertas vitais sobre mim mesma. Talvez isso tenha pouca importância se, pensando numa gestão para resultados, os objetivos são (quase) sempre alcançados.
Foi assim com os gatos. Demorei mais de 30 anos para descobrir que são os animais mais queridos e sem os quais eu não posso mais viver. Antes disso, foram várias tentativas de ter cães, pequenos e grandes, que nunca me obedeciam, nem aprendiam nada comigo, pois devo ser uma péssima líder de matilhas. Até que uma gata entrou na minha vida, via varanda da vizinha, e me fez ver o quanto a minha vida, até então sem gatos, era solitária.
Foi também depois dos 30 que descobri: a liberdade como dormir com a luz apagada sem sentir medo o sexo a bebida o cigarro ir a estádios meu valor profissional Caio Fernando Abreu.
E agora, dois anos depois, resolvi retomar a atividade física, sem a qual eu não sou gente. Comecei a perceber também que Recife está delicada e novamente me expulsando, só que eu estava deixando pra lá. E descobri o quanto a gente se deixa aprisionar no casamento, em troca de uma vida a dois, que deveria ser partilha e acaba virando posse.
2007 termina pra mim como uma continuação de 2005, eu parei lá e fiquei a ver navios, esperando que as decisões tomassem forma, cor e cheiro.