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Estado de Coisas

segunda-feira, abril 23, 2007
Pequenas chateações, virtuais ou não
Há coisas chatas na vida que a gente não pode mudar, no máximo ignorar.

Paranóicos de Orkut
Pois bem, a pessoa entra no maior site de relacionamentos do mundo, onde mais de 51 milhões de pessoas bisbilhota a vida alheia boa parte do tempo, e fica tentando se esconder. Nem reclamo mais do hábito de apagar scraps, tudo bem, cada um, cada um, desde que eu não me depare com aqueles recadinhos irritantes, do tipo "leio e apago para evitar em nome da privacidade vá cuidar de sua vida e blá blá blá". Ou seja, a pessoa, não contente em cortar o grande barato do Orkut, precisa também deixar desaforos ditos para quem cumpre com a própria missão do site: satisfazer a curiosidade sobre pequenas besteiras da vida alheia.

Agora, vejo surgir um novo tipo de chato no site: os paranóicos. Na sua página, tem uma foto de perfil e ele comenta na descrição que evita fotos em 'close', pois há histórias terríveis e perigosíssimas sobre o Orkut. O fato é que nunca li nada de tão terrível, além do que a própria internet é capaz de oferecer. Babacas que roubam fotos para criar perfis falsos, com difamações e uns outros mais babacas ainda que ficam arrasados com a investida. Ora, se esconder não é a solução. O SaferNet Brasil que o diga. Internet não é terra de ninguém e nem mesmo o anonimato garante escapatória para crimes virtuais. Que o digam as grandes redes de pedofilia desbaratadas mundo afora. Não dá mais pra se esconder atrás de um monitor - nem criminosos, nem gente que se diz normal.

Só que esse jogo de esconde torra a paciência de quem não quer fugir de nada, nem ninguém. Ou, como diz uma comunidade de lá: quer privacidade? Sai do Orkut!

Decisão de operadora de teleatendimento
Que as operadoras (e operadores) de teleatendimento são um pé no saco, todo mundo sabe. O que me surpreendeu nos últimos dias foi constatar que elas decidem por mim sobre o produto a ser adquirido.

Uma delas me ligou sobre a assinatura de um jornal local, com direito a assinatura de uma revista Abril. Falou as opções de revista e me perguntou qual delas me parecia interessante. E eu respondi que a Placar, já que meu filho é apaixonado por futebol. E ela: "oukey, então me passe os dados do seu cartão." Espera, mas eu não disse que queria assinar o jornal!

Da outra vez, eu liguei para saber as condições para instalação de TV a cabo. E depois de me explicar, ela: "me passe o número do CEP para que eu possa concluir a transação." Que transação?! Só se for estupro, por que eu não afirmei querer nada.

Falsas bi/lésbicas/simpatizantes
Virou moda nas festinhas de descolados: mulheres se agarrando, não pelo prazer de sentir o calor da igual, mas para chamar a atenção. Aconteceu numa de minhas noitadas recentes. Duas meninas lá de seus vinte e pouco começaram a dançar abraçadas, uma delas mais ousada, fazendo movimento sensuais e sugestivos. Como artifício para chamar a atenção, pode até funcionar, mas eu vi pouca verdade naqueles lances pseudogays.

O que há de bonito em duas mulheres se curtindo de verdade, corresponde à esquisitice, na mesma proporção, de duas mulheres fingindo se querer. Fruto da total falta de identidade dessa geração que tem vinte e poucos anos atualmente: subverte a ordem olhando para os lados, par ver se tem alguém chocado ou interessado. Patético. Eu acho graça, por que ficar chateada seria dar ibope. Às patetas, o que é de direito: uma risadinha irônica que diz 'como vocês são ridículas.'

E viva a diversidade real!

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