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Estado de Coisas

sexta-feira, novembro 03, 2006
Com que roupa eu vou?
Chegou convite para um evento. Coisa chique, inauguração de uma grande embarcação. Coisa chique, cerimônia de batismo do naviozão seguida de jantar dançante num puta hotel aqui de Recife.

Para o jantar, avisava o e-mail, traje social completo. Como eu não entendo nada além da expressão 'trajes de banho sumários', aqueles que usamos para escandalizar na praia, fui pesquisar o que eu deveria usar para o batismo do monstrengo. Claro, sempre ele, o Gúgo.

Encontrei coisas estranhas e difíceis de imaginar numa roupa que eu pudesse usar:

Significa roupa de festa — "festa" e não baile.
-> Mas baile também não é uma festa?

Formal e sofisticado, permite às mulheres usar roupas com tecidos mais nobres, como sedas, veludo e brocados, mas com discrição.
-> Onde encontrar um veludo discreto? E o que diabos é brocado?

Brilhos, bordados e decotes podem ser usados, dependendo da ocasião e desde que com parcimônia e bom gosto.
-> Bah, decote parcimonioso nem é decote!

Desisti e procurei um texto que fosse mais claro. Olha o que encontro:

Jantares, óperas e grandes comemorações pedem um traje mais formal. Se arrumar de maneira mais caprichada – e bem diferente do que você costuma no dia-a-dia – é uma maneira de prestigiar o evento e transformá-lo numa ocasião verdadeiramente especial.
-> Ahnnnn... sim!

Para as mulheres, vestidos da altura dos joelhos para baixo – vale o midi; o mimolet e o longo.

-> Mimo o que?


Qualquer que seja o comprimento ele deve exibir um tecido nobre – liso ou levemente bordado. Caso o vestido seja liso, invista em jóias ou bijuterias vistosas; caso ele seja muito brilhante ou bordado, prefira complementos mais discretos. Nos pés, sandálias ou sapatos (escarpins ou chanel) de saltos altos. Valorize a produção com cabelo e maquiagem bem-feitos.

-> Ainnnn, repete a parte do bordado?

E pra complicar um pouco mais, a palavra da papisa da etiqueta muderna, Glória Kalil:

O fundamental é identificar o tipo de rito, o que é valorizado naquela situação. Suponha que o convite peça traje social completo e você decida ir de jeans. Se está convencida disso, tudo bem. Porém, se vestiu a roupa errada porque não entendeu o convite ou não prestou muita atenção nele, vai se sentir a última das criaturas e acabar perdendo a noite. A segurança aumenta à medida que você vai dominando as normas. Até para desobedecê-las, se preferir.


Não precisa dizer que já me senti a última das criaturas só de ler tantas regras incompreensíveis. Imaginei dois cenários possíveis: eu de veludo, seda e tafetá, como uma árvore de Natal, e todas as outras de jeans, segundo a nova etiqueta, em que é possível quebrar tabus; ou eu de jeans, querendo ser modernosa, e todas as outras com os tais tecidos nobres, horrorizadas com a minha plebéia presença.

Na dúvida, preferi preparar minha roupa para o show de amanhã, Alexandre Seixas, cover de Raul, numa boate em Olinda. Não levo jeito pra madrinha de navio.

Não tem foto de festas anteriores?

Caminhante  

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Exatamente o que eu precisava: uma referência de festas anteriores. Mas olhei a revista Caras - que deve ter alguma semelhança - e desanimei. :(

Pessoinha  

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Esse é um dos motivos pelo qual sou feliz por ter nascido homem: Falou em traje social, nem precisa titubear; é paletó e ponto final! ; )  

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E falando em batizado de navio; existe mesmo aquela coisa de quebrar-se uma garrafa de champanhe no casco? Ou aquilo é puro mito de filme?

Sempre que assistia àquilo pensava no desperdício do líquido. Tal qual naqueles festejos no pódio da F1. Por certo não trata-se de um champanhezinho barato qualquer, pôxa...  

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É verdade, eles quebram a garrafa de champanhe no casco, um crime!
Pessoa  

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