E por falar em Cordel, eu saí do show deles, no último sábado, comentando exatamente isso aqui, que tá no site
Circuito PE:
05/06/2006 - 03:42)) Cordel leva platéia à catarse no RecifeDe Renato L no Diario de Pernambuco, hoje:É preciso com urgência convocar os especialistas de plantão para explicarem o porquê do Cordel do Fogo Encantado provocar tamanha catarse nas platéias brasileiras. Não é todo culto nem qualquer pastor que é capaz de levar os fiéis a berrarem com êxtase devoto - e sem errar uma sílaba - letras quilométricas como as declamadas por Lirinha nos discos e shows. Sábado, no Chevrolet Hall, esse espetáculo deveras impressionante se materializou outra vez. Uma das atrações da última etapa do Palco PE, o Cordel levou a multidão estimada, por baixo, em cinco mil pagantes, a um transe capaz de ocupar cada segundo de sua apresentação. Nem a Nação Zumbi, que tocou depois, gerou entusiasmo igual. De verdade, caso para etnomusicólogo de sotaque gringo ou moça versada em Antropologia. A minha leiga opinião é de que a apresentação do Cordel tem um componente místico muito forte. O momento em que Lirinha brinca com o fogo (literalmente) com total intimidade, e beija carinhosamente a chama (!) é especialmente alucinante. O Fogo é Encantado. É impossível ficar indiferente ao momento em que a platéia inteira recita longos trechos de 'Os Três Mal-Amados', de João Cabral de Melo Neto. Minha alma arrepiou. No mais, o som envolvente, os toques de umbanda, as imagens fortes nas letras e, claro, todo o carisma louco de Lirinha. Há algo de inexplicável no show dos caras e é essa energia que leva o público ao delírio.
Quem já viu, sabe. O show do Cordel não é apenas uma apresentação musical - é abdução pura.
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