Estou em Recife, desfazendo malas e malas de saudade, são muitas.
Tudo aos poucos, sem pressa, haverá muito tempo.
Voltarei a trabalhar apenas em março, mas o Carnaval já começou.
Ainda não acredito que estou em Recife, mas a verdade é que estou.
É verdade que eu ando meio sumida. É que nós [eu, meu filho e as caixas] estamos abrigados na casa do Namorado. Meu carro embarcou ontem, as caixas embarcam hoje e eu embarco depois de amanhã. Voltando, Recife.
É verdade que a ficha ainda não caiu. Ando assim, meio aérea, como se nada estivesse acontecendo e como se eu fosse continuar vivendo aqui. Parei de reclamar da cidade, não sinto tristeza por nada e talvez seja a sensação de ciclo encerrado que me deixa assim, tranquilex.
É verdade que vou passar uns dias na casa de meus pais até arrumar o meu apartamento. Isso é até bom, para matar a saudade depois de três anos em Brasília e após nove meses sem ir a Recife. Foi uma gestação, e eu pari a minha volta.
É verdade que vou chegar às portas do Carnaval e que ainda vou curtir as famosas prévias que só os pernambucanos conhecem. Ninguém - eu disse NINGUÉM - vai mais me matar de inveja por isso. E esse Carnaval será uma festa sem igual. Depois eu conto, como dizia aquele blog assassinado.
É verdade que hoje é a minha despedida, no Bar Beirute. E também já posso afirmar que vou sentir falta daquele bar, é das melhores coisas da Capital. Além do Beirute, vou sentir falta do UK Brasil, Na Venda, Merlin Bar, Sambão do Arena, Clube do Choro e mais uma reca de bares. Boêmio é assim mesmo, tem como referência apenas a noite.
Não é verdade que vou matar este canto. Eu adoro isso aqui. Darei notícias. O
Danilo perguntou do Namorado. Ele também irá para Recife em breve e, novamente, depois eu conto. É verdade que ando misteriosa. Mas não dá mais pra desgrudar um do outro e, por outro lado, como disse uma amiga, eu sou pernambucana demais para viver fora.
É verdade que é previsível demais usar essa música do Alceu agora. Mas quando terei outra oportunidade igual?! :)
TE AMO, BRASÍLIA Alceu Valença - 1990Eu estava tão lobo Nos bares da vida Sangrava a ferida Do meu coração E uma doida dona Charmosa e tão linda Com tudo de cima Me botou no chão
Qual é o seu nome? Me chamo Brasília Sabia que um dia Ia te encontrar
Ela só queria, Eu quase acredito, Quebrar o meu mito E me abandonar
Se teu amor foi hipocrisia Adeus, Brasília, Eu vou morrer de saudade Se teu amor foi hipocrisia Adeus, Brasília, Eu vou pra outra cidade
Agora conheço Sua geografia A pele macia Cidade morena Teu sexo, teu lago Tua simetria Até qualquer dia Te amo, Brasília