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Estado de Coisas

domingo, agosto 03, 2008
A ética da traição
Ontem me questionaram a conduta ética de alguém que se envolve com uma pessoa casada, sabendo que ela é casada. Disseram que, nesse tipo de situação e havendo o desejo de aproximação, o melhor é pedir para a pessoa decidir e, só então, investir no ex-comprometido. Se isso não acontece, é sinal de desrespeito pela terceira pessoa e até indicativo de má índole do "traidor".

Traição, infidelidade, perfídia. Fizeram-nos acreditar que o desejo pode seguir regras. Que o tesão conhece estados civis e formalidades do mundo monogâmico. Que a vontade pode esperar.

Estar casado com alguém deveria ser um estado espontâneo e pleno de certeza. Dedicar-se a somente uma pessoa deveria ser escolha. Estar junto com o outro para multiplicar alegria, e não para manter o tédio.

Mas não, o mundo das regras e diretrizes tratou de normatizar a vontade de se dedicar ao outro e tornou a fidelidade um dever civil. A quebra desse procedimento é vista como um desvio - viver de mentiras e aparências, não. Falta de carinho não é deslealdade, infidelidade sim.

Nesse mundo cheio de caixinhas e regras, cobiçar o parceiro do próximo é pecado. Mesmo que o próximo já esteja bem distante do tal parceiro, afastados pela vida, pelo tédio e pela falta de interesse.

A posse fala mais alto: a mulher dele, o marido dela. Os filhos deles. O casamento deles, intocável, protegido pelo casulo que é o apartamento deles, cheio de coisinhas que eles compraram juntos. Tanta gente/coisa de tanta gente. Difícil desfazer esses nós.

Mas aí vem o tesão, a cegueira, a paixão e subvertem toda essa ordem. Vêm para dizer que não há pessoa que pertença a outra, porque há uma chama que arde em cada um e que nem o mais perfeito dos contratos é capaz de apagar.

Não há uma ética do desejo, e felizes daqueles que conseguem alimentar essa chama e transgredir as regras do mundo monogâmico. Eu não vejo nenhuma virtude no respeito às regras do casamento, eu não vejo nenhuma vantagem em se manter monogâmico somente para demonstrar um bom caráter.

Não há melhor prova de boa índole que ser verdadeiro consigo mesmo. E depois com o outro, que deverá entender e respeitar a liberdade plena do parceiro, que implica até mesmo na possibilidade de perdê-lo. Inclusive para outro/a.

E as pessoas continuam prometendo ser fiéis, na alegria e na tristeza, blá blá blá... e fidelidade continua sendo confundida com monogamia. E o amor envelhece, e as pessoas suprimem seus desejos, e o mundo continua vivendo de aparências. E ninguém mais joga nada pro alto, afinal somos todos adultos responsáveis. Mas dormem e sonham que estão se entregando para outras pessoas, muitas, as mais impensáveis. E acordam fingindo que não lembram do sonho.

Regina, não posso imaginar outra pessoa pra escrever um texto tão corajoso. Parabéns.

Eu acho que só pode dizer - com toda convicção - que o certo é separar pra depois investir no outro, quem nunca casou. Quem já viveu a rotina e o tédio do casamento, inevitavelmente olhou/olha para os lados.  

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