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Estado de Coisas

segunda-feira, novembro 20, 2006
Saudade
Quando eu era criança, tinha saudade do futuro. Era louca pra crescer logo, fazer minhas coisas e talz, por que aquele lance de ter que pedir permissão pra tudo era muito chato, eu pensava.

Adolescente, sentia saudade da pouca responsabilidade dos tempos de criança, por que a idéia de prestar vestibular começou a se tornar um mosntro que me perseguia desde muito cedo.

Casada, tive saudade dos tempos de solteira, período de libertação e de festas que não tinham hora pra acabar. Foi quando eu descobri que meu mundo estava completo apenas à noite.

Separada, senti saudade dos tempos de casada, das facilidades da vida de casal e dos pequenos detalhes da rotina que tornavam a vida, embora monótona, suportável.

Fui morar em Brasília e cultivei uma saudade louca de minha cidade. Saudade não, banzo. Que se tornou aflição. Que quase virou amargura.

Hoje, de volta a Recife, ao lado de um companheiro que me suplementa, vivendo boas farras [sem a sofreguidão de antes], vida profissional estável e com pouco a lembrar do que foi melhor antes, eu deixei de sentir saudade. Mas é estranho, por que parece que é preciso sentir ao menos uma boa saudade para deixar um certo vazio, necessário para manter nossos pés no chão.

Sinto saudade de sentir saudade.

*depois de escrever este post, a autora voltou a sentir saudade: de algumas cidades, de momentos fugazes, do bar Beirute, em Brasília e da professora de ginástica localizada da 715 sul. :)

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Engraço... Há uns meses atrás escrevi um post chamado "saudades do futuro", onde falo de uma saudade que não me deixa nunca... Saudade de algo que nem sei o que é, ou se um dia será, mas que me faz uma falta imensa!!! Vai entender a cabeça dessas criaturas loucas, né?  

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É um bom começo!  

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