Elas foram ensinadas que felicidade deve ser um estado constante. E que felicidade quer dizer príncipe, filhos, casinha. E que amar é viver em estado de graça, uma quase letargia. Para conseguir tudo isso, aprenderam a se enfeitar, sorrir, fazerem-se meigas, chorar quando necessário. São princesas, e não bruxas. E lá foram elas, em busca do principe que nunca chegava. O problema é que, enquanto o príncipe não chegava, a busca não cessava. Ele viria algum dia, viril, doce e protetor. Foi isso que elas aprenderam e é nisso que acreditam. Ele não vem, elas vão em busca. Ele ainda não chegou, elas esperam. Parecia ele, mas não era. Mas será. O princípe é componente indissociável da tal felicidade letárgica. E ela se sente prometida para ele.
Nós, mulheres, sofremos mais por fantasia que por paixão.
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