Era pra ter sido só mais um trabalho, entre 2002 e 2005, na Esplanada dos Ministérios. Era pra ter sido o ofício que me trouxe para Brasília, uma benção dos deuses, A oportunidade para recomeçar. Era pra ter sido um grande momento profissional, cheio de ótimas passagens, pessoas interessantes, temas instigantes, muitas viagens e uma agenda cheia. Era pra ter sido aprendizado e luta.
Mas aquele lugar se tornou um ponto de corte, a partir do qual eu nunca mais consegui me achar profissionalmente. Virei assim, uma espécie de trabalhadora zumbi, uma sombra do que fui, uma sempre insignificante mais-uma. Desde que saí de lá, o trabalho, eixo central de minha vida, perdeu a graça, o brilho, o desafio.
E o pior é que não aconteceu apenas comigo - praticamente todos a quem conheci naquele lugar e de quem pude acompanhar a trajetória pós-aquele-lugar ficaram assim, meio perdidos na imensidão da terra "quem sou eu, profissionalmente falando?"
Eu não quero voltar exatamente para o mesmo aquele lugar, mas para o ponto em que estava enquanto estive lá.
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