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Estado de Coisas

domingo, maio 08, 2005
A qualquer hora...
Era a hora, ele havia chegado. Ela sorriu meio sem graça, pediu que entrasse. Nenhuma expectativa, pouca ansiedade. Um aperto rápido de mãos, seguido de um abraço terno. A timidez inicial dava lugar à curiosidade.

Durante o abraço, ela lembrou de como ele pareceu lindo e especial no dia em que se conheceram. Ele recordou do casaco pesado e cinza que ela usava, era um dia frio. Ambos lembraram do inevitável e indecifrável encontro de olhares.

E agora, que estavam tão próximos, tudo parecia meio distante. As desilusões de ambos, histórias tristes, passado de desencontros. O casamento fracassado dele, a mulher a quem havia dedicado todo o afeto que havia em si. A última paixão que ela teve, doentia, absoluta e interminável.

A música alegre, o vinho sobre a mesa, a conversa fluida e sorridente. Logo depois, a dança, a festa, os abraços inevitáveis. Corpos que se desejavam, corações que se repeliam. Fim de noite, despediram-se com uum longo abraço. Um dia haveria de ser, o tempo diria, quem sabe amanhã. Nunca mais se reencontraram.

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